Hospital Régio

Limpo, organizado, com funcionários felizes. Acredito ou não, este é o hospital público de Utrecht. Tem tudo que um hospital bem pago teria, incluindo alas das mais diversas a limpeza e organização. O pronto-socorro é no primeiro piso, os exames com máquinas especializadas no segundo e o resto dos andares é dedicado a internação e berçário.

Antes que algum funcionário pudesse dizer algo, os saltos entraram batucando fortemente o piso gélido do lugar com cheiro de... Doenças. Urgh.
— Você! — apontou para Tsuyoi. — Devolve. O. Meu. Corpo.

O homem afetado pelo charm andava atrás dela. Com um sorvete na cabeça.

— Parente? — riu com uma arfada. — Ele é meu objeto de consumo, no momento. Aliás, também não acho que tenha nada a ver com isso. — ergueu o nariz de uma forma esnobe, como sua própria essência. — Não quero arrumar nenhuma intriga, mulher. Não pretendo machucá-lo.

Tabatha fez um sinal para que o homem se aproximasse mais de Rayst.

— Anda, vamos honrar este ótimo hospital e não provocar nenhuma briga aqui. — sorria.

Tabatha bufou enquanto rolava os olhos, logo voltando ao seu sorriso forçado.
— Só quero levar ele comigo, tem como liberar essa ~ ?
Estava seriamente irritada.

[Cantinho Narradora:
Um enfermeiro observava a cena sem saber muito bem como agir. Não queria ter que atender mais que o homem desacordado. Olhando as duas,pediu com gentileza:
— Por favor, se retirem por ora que nós vamos cuidar do senhor... — o desespero era claro em sua voz. Um botão lhe separava da segurança.
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'Tá, já deu.
Tabatha se aproximou do homem no balcão e retirou os óculos, ativando novamente seus Mystic Eyes.
— Heey ~ — afinou sua voz de um jeito sexy, apoiando seus peitos na madeira. — Eu sou amiga dele... Não posso levá-lo comigo? Eu entendo de enfermagem ~

O homem que antes estava com ela, ao perceber que era uma vadia que não agia bem por sua vontade, saiu do hospital, confuso.

[-30MP]

[Cantinho da narradora:
Uma enfermeira abriu a porta quando ouviu os barulhos, ajudando Tsuyoi a coloca-lo em uma maca qualquer. Assim, ela começou a verificar o pulso, respiração, pressão e etc. Antes que pudesse dizer algo, a porta foi chutada e uma mulher entrou. Puta. E seguida de seguranças.]
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— Ali! — apontou para Tsuyoi e Rayst, fazendo uma voz manhosa para os homens atrás dela. — E-Eu só queria ajudar o moço... Mas ela veio arrastando ele pra cá! Pelas pernas! E-Eu achei que estava sequestrando ele... — limpou uma lágrima que não existia, se aproximando de Rayst, deitado na maca. Segurou sua mão frágil e disse em palavras fingidas gentis: — Vai ficar tudo bem, moço! Eles vão te curar!
Olhou para a enfermeira.
— Moça, eu entendo um pouco de medicina... Eu posso ajudar?

Cantinho da Narradora:
A enfermeira que cuidava dos primeiros socorros subitamente parou o que fazia e deu um gritinho, pulando para trás.
— E-E-E-Esse não é o membro da realeza que chegou na cidade tem alguns dias?! Um Van Alten?!
Os guardas pararam em suas posições para analisar também.
De repente, a sala toda estava em silêncio.
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...Caralho.
— A-Ah, meu Deus! É o Rayst! — fingiu surpresa. Havia o reconhecido há um tempo, mas deixou seu momento holofotes para agora. Jogou o cabelo dramaticamente para o lado quando olhou para Tsuyoi com os olhos marejados. — Como ousa agir desse jeito com vossa realeza!? Onde está seu respeito pelo país?!
E... Hora do trunfo final.
A trapzinha pegou um documento de sua bolsa e mostrou para os seguranças, tendo seu nome reconhecido por eles facilmente. Babem os ovos do meu pai, inúteis. Os meus também, se quiserem.
— A Companhia do meu pai trabalhou muito para chegar até onde estamos! Eu posso lhe jurar que nunca machucaria alguém da realeza!

- Chegou no hospital, olhando ao redor enquanto apertava as mãos nervosa.

Fez um tempo que perdeu de vista ambas as pessoas, mas, não teve outra opção se não continuar andando. No fim, acabou encontrando o hospital, o que era bom, sua família era de médicos e se sentia a vontade nesse tipo de ambiente.

Entrou e foi para o balcão, dando um sorriso gentil, tentando disfarçar seu nervosismo e preocupação. -

- Com licença. Estou procurando Rayst Van Alten, sou a... - Engoliu em seco e olhou para baixo, sentindo as bochechas esquentando. - Noiva dele. Ele deu entrada aqui?

Cantinho da narradora:
O homem na recepção ainda estava tentando entender o que aconteceu quando jogaram charm nele. Ouvindo a loira, parou para responder:
— Rayst...? Acho que ouvi gritarem esse nome daquela porta ali. — indicou a porta. — Os seguranças já estão lá, além de duas mulheres.
~
Os funcionários do hospital preferiram ficar quietos. Medo? Respeito? Nem eles sabiam.


— Empregada? — riu. — Me mostre algo que comprove isso!

- Agradeço, senhor.

- Acenou com a cabeça e foi em direção da porta. Duas mulheres? Por que tinham duas mulheres perto do Rayst? Tentou abafar o grito de desespero na sua mente de pensar na possibilidades que poderiam ser, quando notou aquela cena peculiar.

Precisava se impor um pouco. Lembrou de Kristell e respirou fundo, tentando colocar uma faceta mais séria que poderia. -

- Eu não sei o que se passa aqui, mas, exijo ver o Rayst! - Se aproximou, parando ao lado dos seguranças e levantou a mão com o anel de noivado. - Eu sou sua noiva. Quem o trouxe para o hospital? O que houve com ele?

- Na ultima parte a preocupação em seus olhos ficou clara conforme ela olhou para todos os presentes. Estava confusa e claramente atordoada pela situação. -

Ótimo. Mais gente. Poderíamos estar em uma suruba muito linda, ganhando mana, mas nããão... Vamos brigar por um idiota desmaiado que não consegue manter sua pose de realeza.
Respirou.
Fundo.
Mais uma vez.
— Ah, ao menos alguém chegou para comprovar o que disse! — continuou seu drama, se aproximando de Scilla. — Me diga, moça da realeza, essa mulher é empregada em sua casa?

- Ficou claramente atordoada de observar aquilo tudo. Tentou acompanhar como pôde aquilo, fazendo uma expressão de duvida ao se referir a outra mulher como "empregada" e realmente a olhou, tentando lembrar do seu rosto entre os funcionários.

Mas, o que ela lhe disse em seguida acabou a acalmando e acenou com a cabeça, sorrindo de leve. -

- Agradeço profundamente, senhorita. Espero um dia ser capaz de retribuir o que fez por nós.

- Deixou-a seguir seu caminho. Gostaria de pedir seu nome, mas, agora, tinha que lidar com aquela outra mulher.

Scilla ficou claramente suspeita e um pouco irritada ao lembrar das palavras que a outra mulher havia dito que foram proferidas: "meu corpo". Mas, não havia motivos para ser descortês com a dama em questão. Suspirou. -

- Parece que temos a situação esclarecida agora, não é mesmo? - Olhou para os seguranças e deu um pequeno sorriso. - Eu não deveria ter saído do lado dele, por favor, eu gostaria de ficar. Quanto a senhorita... Agradeço por tentar se esforçar em esclarecer as coisas e ajudar, mas acredito que temos tudo sob controle agora.

- E faria uma breve reverência mais por educação conforme se aproximava do quarto, mas parou na porta, olhando para os seguranças para saber o que eles iriam fazer a seguir. -

Hahahahaha. Haha. Ha.

— Madame! Vai acreditar nas palavras da mulher que veio arrastando seu noivo até aqui e se declarou empregada, sendo que não é? — cobriu o peito com as mãos. — E todo o laço amigável do meu pai com esse país...? — sua voz ia mais uma vez para a dramática triste. — Eu, como uma Gravis, sou obrigada a aprender todo o tipo de jeito de curar uma pessoa! Nunca faria mal à nossa realeza... — expressou tristeza com perfeição.

Estava muito feliz em ter usado seus Mystic Eyes com o homem da recepção, o único a ouvir a discussão quando chegaram ali.

— Enfim! — ela trocou olhares entre a noiva e a enfermeira. — Me deixem ajudar de alguma forma! Tenho que pagar deixar o Sr. Van Alter ser arrastado até aqui!
Tabatha utilizou de seus conhecimentos na enfermagem para constatar o básico do estado de Rayst,
— Há quanto tempo ele está sem comer? — perguntou, fingindo preocupação de uma forma que nunca desconfiariam. — A pressão está baixa, os batimentos fracos...

É hoje.

- A atitude daquela mulher a fazia lembrar muito bem das nobres que ficavam competindo por atenção e status. Precisava ir de forma delicada, apesar de assumir que Rayst ou Kristell não o fariam da mesma forma sutil que procurava o fazer. Acompanhou a mulher e deixou-a até fazer a analise inicial, mas acabou por se aproximar e procurar a afastar, olhando para a enfermeira. -

- Senhorita Gravis, também venho de uma família de médicos, mas acredito que seja melhor deixa-lo sob os cuidados de profissionais em atuação; tenho certeza que como membro da família real vão dar o melhor atendimento possível. - Respirou fundo, tinha que se manter firme. - Se deseja ajudar, por favor, deixe-os atender Rayst; acredite, estou tão preocupada quanto a senhorita.

- Apesar de duvidar da preocupação dela, da sua parte era verdadeira. Tentou guiar a mulher para fora do quarto. -

- Por favor, enfermeira, chame o médico o mais rápido possível.

Rayst havia despertado. Mas parecia não ter forças para qualquer coisa. Ele permaneceu por alguns segundos tentando abrir seus olhos e erguer-se, mas era inútil. Ele tentava raciocinar e entender o que diabos estava acontecendo, mas também não conseguia. Seu corpo lhe solicitava repouso, e muito. Aos poucos, vozes que até então lhe eram desconhecidas e constituíam um possível diálogo tomaram o lugar dos pensamentos em sua mente e também do sono, trazendo-o de volta à realidade.

Rayst entreabriu seus olhos e bocejou profundamente, sem ainda reconhecer o local em que se encontrava e nem por quê se encontrava. Nos últimos momentos de seu bocejo, pousou sua mão esquerda sobre sua boca por instinto. Tornou seu rosto para o lado e pôde, com certa dificuldade, idistinguir duas silhuetas humanas. Familiarizou-se com uma das vozes que era emitida por uma delas e abriu sua boca numa tentativa de se comunicar, mas foi inútil. Apenas um gemido curto e abafado escapou por entre seus lábios.