Praia de Everspring

Esta praia é uma das mais acessadas do bairro, uma vez que nela se localiza o caís. Apesar de ser bastante frequentada, suas areias se encontram limpas e o mar é cristalino, indicando que os banhistas a preservam bem.

Chegou até a praia, procurando o local indicado. Mantinha as mãos nos bolsos enquanto caminhava em passos mais lentos.

O local, pelo frio intenso da cidade, estava completamente vazio. Exceto por uma pessoa, na beira do mar, com um grande manto negro que lhe cobria todo o corpo.

Olhou desconfiada, se aproximou e deixou a encomenda há alguns passos da pessoa antes de tornar a se afastar; Ele(a) poderia ouvir os passos.

- Não tenha medo. - a mulher disse, virando-se para a moça com um sorriso. - Você trouxe os biscoitos, isso é ótimo. - ela disse e se abaixou para pegar a caixa. - Eles devem estar deliciosos. O que me impressiona é como aqueles caras do Cid conseguem me trazer uma pessoa tão especial para entregar as encomendas. Não acha, mestre-san? - ela disse, se levantando novamente, com a caixa em mãos.

— Fu... — Não conseguiu terminar a frase. Talvez um "fudeu" não fosse o suficiente para expressar a sensação que teve quando a mulher a chamou de "mestre". O lado bom é que... Eram só biscoitos. E tinha feito a entrega certo.

Ael estava cercada por inúmeros pensamentos, mas a primeira reação que teve, foi a de tomar uma boa distância e segurar a mochila por uma das alças.

— O que você quer? — Mesmo que dissesse para não ter medo, aquela reação foi a mais instintiva possível. Afinal, ela não confiava em ninguém que não fosse um Estus - E olhe lá.

- Te ajudar. Eu sei tudo que acontece por aqui, sabia? Eu também sei da guerra do Graal, e posso te ajudar a encontrar os outros mestres... Se você permitir. - ela disse com um sorriso.

— Nada é de graça. O que você quer em troca? — Segurou a mochila pelo meio, apertando-a. Algo muito parecido com um bastão podia ser percebido.

— Quem me garante que é digna de confiança?

- O que eu quero? Que você destrua os outros mestres, simples. O quanto mais rápido essa guerra acabar, melhor será para meus negócios. Sou dona de uma empresa, conhece? - ela disse e pegou um cartão, jogando para Aelois. Era o CEO de uma empresa de eletrônicos, o Astil Codex. - Ela é muito famosa por aqui.

— Eu deveria agradecer pelo festival que se aproxima. — Tomou o cartão com a mão livre no ar, um singelo sorriso apareceu por poucos segundos antes que Ael tornasse a expressão séria e ela guardou o "lembrete" no bolso.

— Será uma honra trabalhar pra você, então. — Não sabia ainda se deveria acreditar, mas uma coisa era certa: Não via a hora de acabar com a guerra. Menos sangue inocente derramado, melhor.

- É ótimo que diga isso! - a mulher disse e sorriu, sacando do bolso um pote de metal. Girou a tampa, abrindo-o, e despejou um líquido verde e gosmento na areia. O líquido passou a borbulhar e tomar forma, até levantar-se em uma garotinha de longos cabelos loiros. - Essa é uma das minhas experiências. Um tipo no de homúnculo. Ela irá te ajudar a encontrar os novos servos. - a mulher disse e entregou algumas roupas para a jovem, que começou a se vestir logo. Na mão direita da garotinha, um anel com um cristal vermelho.

Observou a cena estática, embora o estômago se revirasse por dentro. Por essas e outras decidiu não estudar alquimia prática e se dedicar ao entendimento de espíritos.

— Vamos? — Disse para a menor.

- A-ah... - ela proferiu por um momento, sem expressar reações, mas logo se pôs a caminhar atrás de Aelois. - S-sim...

Aelois se virou e começou a refazer o caminho de volta, olhando a alquimista por cima dos ombros antes de se dirigir ao Cais.