Metrô de Louisville

Skylar se dedicava em não perder Lehane de vista, mesmo admirando os seus arredores a cada passo que dava. A cidade era tão lívida, mesmo à noite. Quantas luzes!

Não podia contestar que a qualidade do ar caíra muito se considerada à do campo, ainda mais quando havia um fumante logo à frente, mas Skylar não parou um segundo sequer para se importar.

Com o evidente destino se aproximando, a mente dela foi preenchida por pensamentos agonizantes; Havia saído de uma máquina de toneladas que voa com pessoas dentro para uma que suporta toneladas de terra acima de si. Sentiu falta do barulho do trator de seu pai, que agora era de seu primo. Sem dificuldades, só um carrinho próprio para um campo.

Skylar, assim que parou de admirar os arredores e percebeu que Lehane havia se sentado, o seguiu. Sentou não no banco ao lado dele, mas sim um banco depois. Seria mais fácil de enxergá-lo em meio à fumaça e, bem, ela se sentia mais segura assim.

Ela esperou e ouviu tudo, com atenção. Tentou absorver tudo, mas, nossa! Minutos atrás estava conversando sobre sua família e tomando chá, e agora estava ouvindo coisas que teria acreditado surreais em um metrô de verdade!

— Sim, foi pela primeira forma que deduziu! E... Deus! Eu nem sei por onde começar a ligar as coisas... —  ela havia posto uma das mãos sobre a bochecha, olhando fixamente algum lugar no chão. Ela se conteve muito para não fazer as perguntas que normalmente via nos filmes, como "fadas existem?", etc. "Foco", pensou.

— Mas, pelo que disse... Não seria um pouco estranho alguém que nunca praticou magia ou coisa do tipo ter mais circuitos que um mago, opa, Magi? Não tem como essa verificação ter dado errado...? — perguntou, realmente estranhando que aquilo fosse verdade.

Skylar inclinou a cabeça para um lado levemente, piscando. "Será que dói?", pensava.
— Hã... Pode? — ela sabia que era a forma mais fácil de consolidar tudo, então, permitiu. Não acreditava que Lehane a machucaria, de qualquer jeito.

A mulher ficou parada e suspirou longamente antes do contato físico com Lehane. Assim como ele, não queria o machucar. Permaneceu parada e fechou os olhos, como um sinal de confiança.

Assim que sentiu seus dedos em seu rosto, pôde sentir aquilo novamente. Tudo que havia acontecido quando pequena, todas as coisas sobrenaturais sem sentido que aconteceram no passado... Tudo. Lá estava aquela sensação novamente. Era como sentir-se em chamas, e ao mesmo tempo, elétrico. Era como se pudesse sentir cada gota de sangue em suas veias fazendo seu caminho em alta velocidade. Sentiu seu coração acelerar a ponto de pensar que teria uma parada cardíaca. Antes que se confirmasse verdade, Lehane afastou sua mão. Skylar abriu os olhos vagarosamente, ainda sentindo os resquícios da sensação "estranha".

— E-Eu não sei o que pensar... — disse, abraçando o próprio corpo. — Eu acabei de sair da minha cidade natal, de abandonar meus pais, minha vida... Eu não sei o que fazer agora que me disse que eu não vou sobreviver nem uma semana aqui. Pra quem queria viver o resto da vida, isso é bem desapontador... — soltou uma risada triste. Ela sentia que estava prestes a chorar.

— Não posso passar esse poder para ninguém? — perguntou ao olhar fundo nos olhos âmbar do outro. — Não tem nada que eu possa fazer? Eu não preciso disso! Eu não quero ser assim... Eu só quero ser uma enfermeira qualquer... — sentiu lágrimas silenciosas correrem por suas bochechas. Sentia-se idiota e fraca por estar chorando em frente a alguém que mal conhecia. Recobrou seu interesse pela conversa assim que ouviu o nome do seu lugar de trabalho.

— Espere, você será professor em Morgan? Eu vou trabalhar na Universidade como enfermeira! — limpou as lágrimas, prestando atenção no loiro novamente.

— Ah... Entendo... — suspirou, encostando a cabeça nas mãos. "O que fazer agora...", pensava. Estava exausta, emocionalmente. Um dia nunca havia sido tão intenso em sua vida.

— Sim, isso é verdade. — respondeu em relação à universidade. Seria realmente ótimo, mas não podia evitar pensar em uma coisa... — Lehane, mesmo que eu aceitasse sua proposta, eu não ia passar de um encosto. Eu não quero trazer problemas a você. Eu entendo o que me disse sobre ser um mundo cruel, esse dos magis, mas... Eu não posso depender de alguém desse jeito. — o fitava. Sua expressão era de dúvida e preocupação, as sobrancelhas se uniam o máximo que podiam acima dos olhos, que ainda estavam marejados, mas não transbordavam mais.

Skylar ouviu o trem se aproximar e soube no mesmo momento que traria muitos problemas a Hayden se não embarca-se no mesmo. Ainda estava confusa, mas decidiu aquilo de última hora.
— Eu irei te acompanhar para onde você for e vou pensar melhor, não quero trazer mais problemas.

O que influenciava Skylar era mais seu exaustão emocional, e até um pouco físico, do que sua vontade própria. Não conseguiria algo bom de um hotel àquela hora e sabia que o homem dizia a verdade, ele não a machucaria. Preferiu não pensar muito sobre a parte da "responsabilidade".

— Tudo bem... Eu vou te acompanhar. — decidiu, apoiando-se em sua mão e levantando, levando sua mochila das costas e a mala consigo até o trem.

Entrou no trem e foi para o bairro onde morava.

Entrou lindamente no trem, ficando sentado num banco isolado. Ainda assim sua presença talvez atraísse a morte de todos naquele vagão.

- Eu vou me embora, vou me embora... vou sair desse bairro!

Indo de volta para o lugar onde foi invocado.

O salvador desceu correndo as escadas do metrô até entrar dentro de um vagão aleatório. Tomado pela fúria de estar sendo perseguido pelo Shielder.

Agora bastava esperar que ele não escolhesse justamente aquele vagão em que se encontrava. Ele aproveitava que estava dentro do vagão para começar a se desmaterializar.

Aparecendo no local, percebeu que seu inimigo não estava mais lá. 

"Tsc, ele se foi", disse o Shielder. "Ele que estava causando, não é? Que tal se dessemos uma visitinha na casa dos Argentum?", ele disse mentalmente para sua mestra e correu dali.

-> Louisville - Visão Geral

(-75 MP)

DMT: Metrô de Wedminster... sim fui a pé seguindo pela linha do metrô.

— 5$, senhor.

A atendente se apressou para encaminhar o pedido. Outra pessoa entregaria o pedido após ele pagar.

MDT Cambridge