Libraire Divine

Administrada por um homem loiro de olhar decidido, esta livraria possui diversos exemplares de vários assuntos.

Dizem que recentemente o estabelecimento recebeu várias cópias da história da humanidade.

Uma rua antes da livraria, desceu do barco, suspirando enquanto ajeitava seu vestido... Espere, espere, agora que parou para reparar, estava vestida no seu uniforme ainda. Seu rosto ficou corado e se encolheu um pouco.

- De todas as coisas, por que isso... - Colocou as mãos no rosto.

"Lembra-se das ordens, certo? Continue escondido" Falou mentalmente para o servo.

Precisava disfarçar um pouco, começou a respirar rápido diversas vezes para alterar sua respiração para ficar ofegante e logo começou a correr o final daquela rua, o que provavelmente causou gotas de suor caírem do seu rosto por conta do calor. Entrou na loja e imediatamente procurou um lugar para parar um pouco, olhando ao redor procurando alguém antes de olhar para fora, continuando com seu pequeno teatro. Apoiou o corpo nos joelhos... Como odiava o calor...

Tentou respirar fundo, um tanto irritada do quão bem acabou ficando aquilo. Teria alguém ali..?

"Sim, minha mestra" 

Respondeu Assassin cantarolando mentalmente Stand By Him, novamente passou observar o ambiente ao redor, procurando algum outro servo, com seu barco analisou todo o ambiente ao redor e após uma breve pausa, desmaterializou seu barco e passou a novamente acompanhar sua mestra.

Só que dessa vez.

Bem.

Ao.

Lado.

Dela.

Ouvindo a voz de um cliente novo, um homem que aparentava ter quase seus 30 anos surgiu de trás de uma estante de livros. Ele era Loiro, tinha um olhar sério e com os olhos levemente avermelhados, talvez por passar tempo demais lendo durante a noite.

- Bom dia Senhorita... - Ele parou, encarando a moça - Bem, em muitos anos atendi diversas pessoas, mas nunca alguém com seus trajes. O que posso fazer por  Mlle? Talvez um pouco de água?

Disse o homem, se inclinando levemente para frente, enquanto segurava um livro contra o corpo.

Assassin desconfiado olhava para aquele homem quando de repente sentiu seu corpo se modificando

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Ainda estava procurando se recompor, e chegou até ensaiar um pequeno sorriso quando sentiu a presença do servo desaparecendo e não pôde conter um olhar um pouco assustado para seu lado, olhando ao redor em seguida. Nada. Tentou contata-lo mentalmente, mas percebeu que estava longe e voltou sua atenção para o loiro, avermelhada e aproximando os braços do peito.

- Eu... Perdão... Eu costumo passar aqui quando saio do trabalho... - Seu tom foi primeiramente baixo mas logo ficou mais avermelhada quando notou que havia ficado meio confuso o que havia dito. - Di-Digo, assim, eu trabalho no maid café aqui na região, na realidade sou a gerente, mas, uma coisa estranha aconteceu lá e eu acabei correndo e como eu costumo passar na frente frequentemente penso em entrar... E-Eu não pensei direito...

Deu uma risada nervosa, colocando o cabelo atrás da orelha enquanto acenava com a cabeça positivamente.

- Aceito o copo de água se não for um incomodo...

Olhou para a porta instintivamente em seguida enquanto segurava suas mãos, as apertando de leve. Onde estava Assassin? Ou melhor, para onde ele tinha ido...

O homem sorriu enquanto caminhava para o balcão e pegou uma pequena jarra dourada que estava ali atrás, servindo água em um pequeno copo de vidro.

- Então você é aquela moça que passa aqui e fica encarando a vitrine. Deveria ter entrado antes, tenho livros sobre a história do Café. - Disse o homem quase rindo e entregando o copo para ela.

- Desculpe meus modos, chamo-me Uruk e sou o dono desta modesta livraria. Acalme-se criança e diga o que, além de um copo d'água e um refugio tranquilo, estás buscando.

O homem sorria para ela, mas seu olhar passava por cada detalhe do corpo de Uriel e bem como o exterior da livraria, como se procurasse por algo.

Seu rosto certamente ficou ainda mais sem jeito de ser identificada daquela forma, dando um risinho sem jeito logo em seguida pegando o copo enquanto acenava com a cabeça.

- Agradeço. - Tomou alguns goles e respirou fundo, novamente com aquele ar sem jeito. - Uhm, não tinha nada em particular... Eu apenas... Corri, e eu me sinto bem em lugares que tem bastante livro ou coisas antigas, tanto que gosto de bibliotecas também.

Deu uma risada, sem jeito e logo se encolheu. Estava afobada e ainda por cima preocupada com seu servo. Onde ele tinha ido parar? Além do mais, precisava retornar ao seu estabelecimento. Tinham certamente diversas preocupações em sua mente que logo deu um pequeno sobressalto.

- Ah! Perdão! Me chamo Uriel, no trabalho me chamam de Marie. Eu criei isso para preservar a privacidade dos meus funcionários. - Tomou mais um gole de água e respirou fundo algumas vezes tentando se acalmar e olhou para o lado de fora, mordendo o lábio inferior. - Eu deveria voltar para o meu café... Pela confusão que deu, tenho medo do que pode ter acontecido com ele...

Uruk ainda sorria quando ela terminou de falar, aparentemente dava pouca atenção a moça.

- Então quando terminar seu trabalho você pode passar aqui ao invés de ficar encarando a vitrine, isso assusta os clientes que estão aqui dentro. Senhorita Uriel, não é? É um bonito nome sabia?

O homem esfregou os olhos como se estivesse como sono.

- Traga amigos quando voltar, quem sabe eles podem querer algum livro e diga a sua chefe que eu posso oferecer desconto nos livros para quem tiver usado o Café.

Uriel deu um pequeno sobressalto quando ouviu sobre os clientes ficarem assustados e seu rosto imediatamente ficou verdadeiramente vermelho pela vergonha.

- Ah! Uhm... Perdão... - Se encolheu um pouco mas logo respirou fundo e ergueu o rosto, surpresa e inclinando a cabeça de leve pro lado. - Legal, podemos negociar mais sobre isso futuramente, sou a dona do Maid Café, mas gosto de trabalhar lá também.

Enfim um sorriso ingenuo surgiu nos seus lábios enquanto terminava de falar aquilo. Terminou de beber o conteúdo do copo e respirou fundo, como se tomando coragem e estendeu-o de volta para o homem.

- Agradeço profundamente a generosidade, Uruk, voltarei aqui outro dia. - Logo ajustaria sua postura, com um brilho determinado. - Mas, tenho um provável problema para lidar...

Dito isso, ajeitou seu vestido e logo foi indo em direção da saída, parou um pouco antes da porta e se virou, acenando e dando um sorriso.

- Até logo.

E saiu em seguida. Tinha um longo caminho de volta... Mas se sentia mais animada depois daquele breve encontro.

-> Visão Geral

Uruk simplesmente parou de sorrir quando ela saiu do estabelecimento e assumiu um olhar sério.

- Uriel não é? Parece que ela está escondendo algo...

Assassin chegava em uma parte no exterior da biblioteca onde deixou seu Boto Maroto.

- Chegamos minha mestra

Sussurrava ele conforme se tornava invisivel, e passava a seguir ela estando sempre muito próximo

Desceu do boto e suspirou, ajeitando sua postura e entrou na livraria em seguida, procurando o garoto que lhe concedeu o copo d'água, suas mãos, ainda cobertas, mas dessa vez usava uma roupa de frio mais fechada - apesar de manter o uso da saia.

- Uruk? - Indagou meio baixo quando entrou, não querendo perturbar outros clientes.

A livraria estava vazia, exceto pelo loiro, que usava um quepe verde e carregava uma pilha de livros.

- Ah Senhorita Uriel, você realmente voltou. - Disse o loiro ao apoiar os livros sobre a bancada.

- Procurando livros sobre café? - Indagou o loiro enquanto vasculhava a livraria com os olhos.

Ficou um pouco surpresa ao vê-lo carregar os livros e imediatamente se aproximou.

- Não, não, de fato vou procurar livros, mas, vim discutir também sobre o que tinha proposto do desconto... Uhh, quer ajuda com alguns livros? Parecem pesados...

Não que pudesse carregar muitos também, mas, iria realmente pegar alguns livros para ajudar a carregar se ele permitisse. Também, a imagem de livros caindo lhe era muito dolorosa de sequer imaginar.

- Então, quanto de desconto estaria pensando em propor e também como poderia comprovar que eles foram na cafeteria? De modo simples poderiam apenas apresentar que compraram lá, de outro, eu poderia fazer uns cupons super fofos.

Seus olhos brilharam de falar dos copuns fofos. Sim, tinha ideias em mente.

- Não precisa, esses aqui são para um cliente que encomendou. São livros sobre a antiga babilônia. - Disse o rapaz sorrindo.

Uruk encarou o "nada" ao redor de Uriel, que notou por um instante que ele ficou estupidamente sério, mas logo voltou a sorrir.

- Realmente eu pensei em algo relacionado a cupons. Talvez uma quantidade de idas a cafeteria pudesse render um desconto em uma determinada porcentagem. Mas vamos conversar no meu escritório. A esta hora não vem ninguém aqui mesmo e o cliente que mencionei anteriormente só virá na parte da tarde. - Disse o rapaz enquanto escrevia algo em um pedaço de papel e colocava sobre a pilha de livros.

- Eu preparei chá de ginseng, faz um excelente benefício para a saúde. - Disse o Loiro sorridente, olhando para Uriel, mas não diretamente para ela.

Soergueu as sobrancelhas super com a menção da antiga babilônia, inclinando a cabeça suavemente pro lado.

- A Antiga Babilônia? Curioso. - Olhou para frente, segurando o queixo. - Uhm... Hamurabi, Nabucodonosor, Torre de Babel...

Inclinou a cabeça de leve para trás, tentava se lembrar mais um pouco, mas, certamente, tinham muitos fatos interessantes sobre aquela era.

- Apesar de tudo, acho que os Jardins Suspensos ainda são extremamente interessantes. Uma cidade construída daquela forma com direito a árvores e cascatas é algo extremamente belo de se imaginar. - Suspirou em seguida, com um sorriso meio perdido nos lábios e então voltou a olhar para o rapaz, enfim, notando um pouco daquele tom sério. - Sim... Tive a ideia de fazer um cartão e colocasse um carimbo para simbolizar a quantia de idas do clientes, parece até um cartão vip.

Deu um riso em seguida, mas, agora tinha ficado um pouco incomodada quanto ao que ele parecia estranhar. Ficou um pouco incomodada com o fato de não ser olhada, já que fitava seus olhos diretamente.

- Hmm... O que está procurando? Um fantasma? Por que ouvi falar que existem alguns fantasmas que gostam de possuir objetos e saem fazendo uma grande bagunça. - Não respondeu quanto a pergunta, entretanto, acabou ajeitando a postura. - Mas, um chá acho que fantasmas podem apreciar também.

Uma risada ecoou pela biblioteca quando Uriel falou de fantasmas.

- Entenda jovem Uriel. Todos nós somos fantasmas para algum outro vivente. Até mesmo eu posso ser considerado um para aqueles que me conheceram há anos e você será considerada para aqueles que te conheceram hoje. - O homem a encarou, e Uriel pode notar levemente um brilho avermelhado em seus olhos.

- Fico lisonjeado por você conhecer sobre a babilônia. São poucos hoje aqueles que se interessam pelas glórias do passado. - O olhar de Uruk tornou-se calmo outra vez. - Mas antes de pedir novamente que me acompanhe no chá, tenho uma pergunta.

Uriel e seu "companheiro" podiam sentir todo ambiente ficando pesado quando Uruk lhe dirigiu a palavra, de forma serena e sorridente.

- Tem alguma coisa que você realmente queira discutir além da nossa parceria de descontos?

*Novamente o celular de Uriel sofria algumas coisas que ela nem mesmo via ou sentia e dessa vez em vez de tocar alto como antes ele começou a vibrar com intensidade, fosse ela deixando toque alto ou mudo, o celular agora iria vibrar e permaneceria dessa forma por um tempo*

Assassin se materializa entre sua mestra e aquele homem, nitidamente preocupado, os nervos a flor da pele, sentia uma onda de perigo vindo daquele a sua frente.

- Quem sois vós? Não parecei ser um mestre, seria algum mago? Este servo não apoia conflitos desnecessários mas já que perguntas sobre outros assuntos, imagino que tal oferta possa valer por este servo também.

Assassin estava preparado para erguer sua mestra e sair daquele lugar o mais rápido possível.

Foi tomada pela surpresa quando ouviu aquela risada, dando um pequeno sobressalto e o olhou um tanto assustada. Engoliu em seco. Por que seus instintos estavam gritando tão alto que havia algo perigoso ali? Sentiu que pisava em corda tão bamba pior de quando estava com aqueles servos no seu café.

Quando ele retomou daquela forma e tomou aquele tom de pergunta. Suspeitou a principio que havia algo de errado, mas, tinha a péssima mania de ignorar seu primeiro instinto.

Demorou uns segundos para tomar seu tom de fala, e talvez, se tivesse sido mais rápida...

- Eu... - Foi quando Assassin apareceu, arregalou os olhos, seu rosto ficou literalmente pálido pela aparição repentina.

Isso era mal.

- Não seja um idiota! - Teve o impulso de puxar o servo, entretanto, seu celular vibrou, detendo seu movimento enquanto ela recuou, completamente confusa. - O que..?!

Droga, tantas coisas..!

Ai bosta.
Ai.
Bosta.

Uriel sentiu uma gota de suor frio deslizando pelo seu rosto conforme ouviu tudo aquilo e aquelas luzes sugiram diante de si. Com certeza estava nervosa e temerosa, mas, pelas palavras daquele homem, sabia que a vida dela pelo menos não estaria em perigo.
E também, se havia uma coisa que era boa, era agir em momentos tensos.
Respirou fundo e ajustou sua postura, sua face ficando séria e então apertou o braço de Assassin, olhando-o numa extrema seriedade nunca antes vista.

- Recue, Assassin. Se este homem tem um poder suficiente, ainda devemos reconhecer nosso lugar e reconhecer quando não podemos enfrenta-lo de frente dessa forma. - Frisou enquanto o olhava nos olhos. - Não me entenda errado, confio em ti, entretanto, ele não me atacou até agora, minha vida não se encontra em perigo, se ele desejasse algo de ruim a mim, ele já teria o feito.

E expirou devagar, fechando os olhos e pegou o celular dentro da bolsa, olhando quem ligava.

- Por favor, aguarde meu servo, vamos tentar nos acalmar e tentar nos socializarmos a fim de evitarmos violência desnecessária, sim? - Tentou sorrir virando o rosto para seu servo e se afastou em alguns passos, atendendo o celular. - Quem é?

Assassin mais que nunca se assustou com aquela aparição repentina, estava prestes a dar o primeiro golpe invocando sua arma pelo mero impulso de combate mas ouviu as palavras de sua mestra.

"Faz sentido"

Entretanto não era capaz de confiar naquele homem.

- Um servo, COMO PODE EXISTIR MAIS UM SERVO?

Enviou mentalmente para sua mestra, sabia que pelo bem dela deveria recuar, e isso sem contar que recebeu uma ordem.

Passou a recuar lentamente, ativando seu presence concealment, mas sem tirar os olhos do homem à sua frente, parou exatamente em frente a porta da livraria e se ajoelhou de maneira formal conforme os costumes de sua época.

Fechou brevemente os olhos e suspirou, em suas mãos estava um grande bastão de monges, apoiado em suas pernas, Assassin possuía uma postura de meditação.

Mas não tirava os olhos daquele homem.

*O celular atendido ficou algumas frações de segundo no mudo até enfim aquela voz rouca digna de um sequestrador que mudava sua voz soasse ali, essa que diferente da outra vez não era tão confiante e direta, parecia hesitante, ao menos, em seu tom*

-Sou eu Uriel, a liguei para saber se completou aquilo que te pedi. -A pessoa do outro lado controlava bem as emoções que sentia, mas fez isso com tanto fervor agora que ficou explicito sua aflição com a situação, e agora o como sabia da situação? Era um mistério por hora.