Libraire Divine

Duas ordens do mesmo tipo.
De dois inimigos.
Deu uma pequena vontade de rir, mas, se conteve.

- Como desejar. - Disse de modo tranquilo.

Cobriu os olhos por conta do clarão e então abriu-os novamente, ficando um pouco surpresa de onde estava e então olhou estupefata para Assassin.

- Assassin?! Eu te mandei esperar lá fora! - Olhou-o claramente atordoada.

Assassin do nada sentiu de volta a presença de sua mestra e correu na direção dela, no momento em que a encontrou se sentiu profundamente aliviado e foi rápidamente na direção dela, nem sequer sentiu os olhares daquele que estava com ela, na verdade nem o viu.

- URIEL! ONDE ESTAVAS? NÃO PODIA MAIS SENTIR SUA PRESENÇA! ESTAVA PREOCUPADO PELO AMOR DOS DEUSES NÃO SUMA DESSA FORMA!!

Ele levantava ela com uma desesperada facilidade

- ESTÁIS FERIDA? ESTÁIS DOENTE? CANSADA? VOCÊ ESTÁ VERMELHA URIEL TENS FEBRE?

Quando notou a presença de quem estava com ela rapidamente a soltou novamente e se virou para a presença, ajoelhando-se e colocando a cabeça no chão em sinal de desculpas.

- Sinto muitissimo por ter lhe desonrado em nosso último encontro, foi uma atitude tola e precipitada de minha parte, assim como sinto muito por entrar em vossa propriedade sem permição, eu fiquei desesperado ao deixar de sentir a presença de minha filha, não tive escolha, sinto muito....

Assassin se lembrava das palavras de seu último encontro com o homem em sua frente e adicionou.

- Sinto muito vossa majestade.

O Loiro simplesmente riu.

- Você cão, tenho um trabalho para ti e que irá fazer com que prove seu valor. - Disse isso olhando para o Assassin.

- Proteja Uriel. Se ela, de forma não natural, perder um fio de cabelo que seja. Eu irei destruir você e tudo que você representa.

O homem pegou algo no bolso e jogou para Uriel

- Essa é a chave daqui. Tranque quando sair, eu tenho que encontrar aquelas pessoas...

"Uruk" caminhou para a direção da porta da livraria e simplesmente desapareceu em um clarão dourado.

- Sim, não te preocupeis Majestade, protegerei Uriel com minha própria vida, mil cairão a minha frente e mil vezes terão que me matar antes de poderem um fio de cabelo dela ferir.

Assassin se sentia aliviado, lhe foi pedido nada mais do que já havia jurado que faria.

E tão logo não tinha saído de um choque para cair em outro. Olhou para Assassin ficando ainda mais vermelha conforme era abraçada.

- Eu estou bem! Eu estou bem, Assassin! Aaaah... - Afastou a mão do homem de forma atrapalhada. - Nâo to com febre! Não to com febre!

Assim que foi liberta, suspirou ajeitando sua roupa e então sentiu o celular vibrando, pegou-o, entretanto, parou brevemente para pegar a chave e seu rosto instantaneamente esquentou enquanto tinha aquela chave em suas mãos. Piscou os olhos duas vezes e olhou para o loiro que saia.

- Uhm... Ce-Certo.

Respirou fundo e pegou o celular, abrindo a mensagem.

- Poxa Assassin, que foi toda essa cena, poxa... - Leu a mensagem com atenção e logo deu outro sorriso. - Uhm...

Digitou rapidamente e apertou para enviar, guardando o celular em seguida enquanto se virava para Assassin.

- Ok, manda, eu to sabendo que você tem perguntas.

Assassin suspirou longamente, recordando o medo que sentiu a pouco.

- pois bem, primeiramente onde estavás Uriel? Segundo o que estavás fazendo e terceiro....escovaste os dentes?

....

- Sério? Se eu escovei os dentes?

Suspirou e procurou relaxar os ombros.

- Bem, eu estava... - Olhou para o lado, como poderia contar isso de modo a ser racional? Ele não havia dito que não podia contar, apenas que tinha que manter segredo. - Assassin, o que vou te contar agora é MUITO importante, então tem que me jurar que não vai contar a mais ninguém, NINGUÉM MESMO, e é minha vida sendo posta aqui nessa linha...

Dito isso, respirou fundo e se preparou para contar. Mas o fez mentalmente.

"Eu estava com Uruk... Apesar que ele se identificou para mim com sua verdadeira identidade, e, o que posso dizer, estava... Uhm, dentro dos portões da Babilônia, acredito? Estávamos conversando, tomando chá e comendo torta de limão." Em seguida se virou para seu servo. "Sem mais, precisamos ir para a universidade, invoque o barco, não vamos mais perder tempo."

Disse determinada, tentando impor algo que não havia imposto até agora. Ou apenas quisesse mudar de assunto por que tava sem jeito.

".....vc estava aonde? Como é que é?"

Assassin estava pasmo e olhava de um para outro ali, ele estava pura dúvidas mas não queria abusar da hospitalidade e além disso tinha recebido um comando.

"T-tudo bem,  vamos então".

Assassin passava sem grandes problemas pela porta e puxava seu barco

"vamos rapido então, andando tem policiais demais"

Sem muitas cerimonias, saiu e fechou a porta atrás de si, trancando. Parou brevemente olhando para a chave e acabou dando um pequeno sorriso enquanto ia até seu servo e pulava dentro do barco.

- Ok, eu te indico o cainho. Só prosseguir.

-> Para fora dali

Literalmente cantou o pneu quando parou o carro na frente da livraria. Suas mãos tremiam de leve. Ainda podia sentir aquela... Coisa fria se remexendo. Apertou o volante em suas mãos. Sentia uma certa vontade de chorar, violada de uma maneira que sequer sabia explicar, na realidade, se sentia enojada pelo fato de ter sido... Uma cobra, literalmente falando.

Olhou para a livraria, quase desesperada e desceu do carro, batendo a porta com até mais força do que pensou e acabou dando um pequeno pulo de susto, ficando ainda mais molhada com a chuva e entrou correndo em seguida na loja, ofegando enquanto verificava se não tinha ninguém na loja, apertando a alça da bolsa com ambas as mãos, tremendo de leve.

-U-Uruk?

O tom choroso na sua voz era verdadeiro.

Um enorme barulho de livros sendo derrubados ecoou pela livraria.

- Estou aqui atrás! Acabei de vender uma boa quantidade de livros de filosofia, já estarei aí em um minuto, deixa eu terminar de sair debaixo dessa pilha de livros!

A voz do loiro era abafada pela grande quantidade de livros que haviam caído sobre ele quando ouviu a voz chorosa de Uriel e derrubou uma estante toda quando saiu correndo e esbarrou nela.

- Pensando bem... pode vir aqui? Eu acho que não vai ser lucrativo destruir os livros para sair daqui. - Acrescentou com um risada.

E assim andou, ainda tremendo pelo o que passou. Frio. Não, gelado. E molhado. Se abraçou ficando nervosa sequer de lembrar daquilo e foi até onde escutou o barulho, um pouco atordoada e imediatamente se aproximou, vendo como poderia ajuda-lo a ajeitar a estante de volta para o lugar sem prejudicar os livros e voltou o olhar para ele. Ainda tremia de leve, mas, definitivamente, se sentia MUITO mais calma.

- Es-Está tudo bem? Não se machucou?

- São só livros... - Resmungou o Loiro enquanto saia dos "escombros" - O pior vai ser organizar tudo isso outra vez.

Após alguns instantes, ele conseguiu se desvencilhar dos livros e olhou para Uriel, um tanto preocupado.

- O que houve?

Acabou sorrindo de canto com o que ele disse de organizar tudo e afastou alguns passos, mais por medo de molhar os livros por conta dos cabelos suavemente molhados. Olhou para baixo em seguida, atordoada.

- Eu... Eu tinha ido na universidade, a que está abandonada e... E me sentei no chão... - Caralho, era realmente uma história bem complicada no final. - Estava descansando quando... Uma co-cobra subiu pela minha perna e-e...

Olhou para o loiro quase chorosa, sem conseguir continuar o relato e vermelha.

Quando Uriel mencionou a palavra "cobra", todo o ambiente da Livraria se aqueceu e ela pode sentir uma pressão muito forte vinda do Loiro, mas não era ofensiva e direcionada a ela. Portanto, não lhe fazia mal, mas a deixou um pouco desconfortável. Uriel também notou que aos poucos suas roupas e seu cabelo começaram a se secar devido a energia emanada do homem a sua frente.

- Aquele animal traiçoeiro te feriu? - Indagou extremamente preocupado e furioso com o fato de uma serpente novamente ter causado problemas.

Definitivamente ficou surpresa e imediatamente, quase por reflexo, ergueu as mãos para colocar nos braços dele, mas, parou, se lembrando da cena que aconteceu quando o abraçou e afastou as mãos, sorrindo um pouco nervosa enquanto acenava com as mãos.

- Nã-Não! Não... Me feriu... - Ficou ruborizada de volta e se abraçou, olhando para o lado. - Apenas... Acabou...

Droga, tava ficando sem jeito com um assunto como aquele. Abaixou a cabeça, escondendo o rosto com o cabelo.

- Ela... - Falou mais baixo. - Se mexeu num lugar... E... Acabei vindo correndo aqui...

E ergueu o olhar, timidamente, sem saber direito como se sentir em relação aquilo tudo, ainda mais por que sentia um pouco de pressão e nervosismo pela irritação do homem.

Lentamente a energia do loiro se conteve, ele foi se acalmando aos poucos.

- Bem, pode não parecer mais há um banheiro com lavatório no fundo da loja, segunda a porta a esquerda daquele corredor - Disse apontando para a direção oposta

- Se você quiser, há um roupão lá dentro e está limpo. Posso ir comprar roupas para você se quiser trocar essas. - Uruk suspirou, olhando para a pilha de livros. - Depois é claro de arrumar isto aqui...

Definitivamente não parecia. Olhou para onde indicava com um tom inocente suave, inclinando um pouco o corpo até o fazê-lo.

Espere, notando agora sua postura havia mudado... Mas, por que? Ficou um pouco confusa enquanto tentava pensar acerca disso, mas, ergueu o olhar para Uruk e suspirou, observando a pilha de livros.

- Uhm... São pequenos...

Verificou se não havia nenhum civil por perto e estendeu a mão na direção dos livros. Mordeu o lábio inferior e fez a mana fluir, usando o psiquismo para empilhar os livros pelo menos para facilitar o trabalho do loiro. Abaixou a mão em seguida, soltando um pequeno ofego.

Seus músculos tremiam de leve por conta daquilo, mas, aproximou os braços do corpo, pressionando-os ali para os conter e sorriu de leve.

- Espero... Que isso compense um pouco do trabalho que te dei... Uhm, não precisa comprar roupas, de verdade...

E, com um pequeno suspiro, seguiu para o banheiro indicado, adentrando para fechar a porta e se sentou no vaso sanitário, suspirando um tanto atordoada ainda enquanto descia as mãos para a parte interna das suas coxas, apalpando de leve onde sentiu o toque da cobra anteriormente.

Fez uma carinha de choro, mas, MUITO MENOS intensa do que antes.

- Pensando bem, a minha camisa é branca... - Sim, parou para pensar nisso agora e ficou um pouco mais vermelha, falando em sussurro. -...

Olhou um pouco surpreso devido a habilidade dela.

- Ajudou sim. - Disse sorrindo, enquanto se abaixava e pegava os livros para organizar.

Quando ela se afastou, começou a resmungar.

- Odeio serpentes... Só de imaginar uma perto dela... - Uruk respirava fundo, buscando se acalmar.

Algum tempo depois, ele havia conseguido organizar as prateleiras, havia adquirido certo talento, pois não era a primeira vez que derrubava tudo assim.

- Agora, é torcer para ninguém mais aparecer. - Disse, tentando sorrir enquanto olhava para a porta da livraria.

Lentamente respirava no banheiro, procurando se acalmar enquanto o fazia e ergueu a cabeça, olhando para o teto por alguns momentos.

- Por que estou diferente..?

Sim. Sentia que estava mais... Doce? De alguma forma sentia que queria ser muito mais carinhosa. Será que isso tudo foi por conta de ter desabafado aquilo tudo? Mas, afinal também, quem era que estava na universidade?

...Bem, pelo menos seu coração estava mais leve em relação ao Kirei. Lentamente a lembrança do que houve desaparecia de sua mente e conseguiu levantar, se olhando no espelho e lavou o rosto, enxugando-o em seguida e olhou seu cabelo.

Porra, tava meio ruim. A pressa e a chuva fizeram uma pequena bagunça no seu cabelo. Acabou o escovando rapidamente e ajeitou sua roupa, sorrindo de leve ao ver que estava mais aceitável.

Era bom voltar a pensar nesse tipo de coisa...

Aliás, ainda havia Lancer para cuidar, não era? Mas, agora...

Abriu a porta do banheiro depois daquele tempo e caminhou calmamente para a parte da frente da loja, corada e um pouco sem jeito. O que havia consigo? Sorriu de leve para Uruk.

- Prontinho. - Verificou os livros, dando uma pequena risada. - Você vive derrubando um monte de livros assim? Das outras vezes que apareci aqui aconteceu episódios parecidos.

- É por sua causa, sempre me surpreendo com suas visitas - Acrescentou com um risinho.

O loiro olhava para a saída enquanto pega livros das estantes, empilhando alguns no balcão.

- Isto aqui é uma encomenda para amanhã, livros de história sobre o Japão. - Disse sorrindo, enquanto empilhava os livros.

- Não achei que você viesse tão cedo. Ainda faltam algumas horas para fechar a livraria. - Disse olhando para ela rapidamente, enquanto procurava outros livros.

- Japão..?

Inclinou a cabeça de leve para o lado. Em parte queria perguntar por que, mas, sabia que tinha a política de respeito a privacidade do cliente. Inclinou a cabeça de leve para o lado, meio inclinada sobre o balcão e acabou suspirando e apoiou o rosto com a mão, deu um pequeno risinho.

Ok, então, vamos tentar ser informal.

Soltou um suspiro, olhando para o lado e desfazendo o sorriso, fazendo uma cara meio emburrada.

- Ah, então é por isso? Uhmm... Sim, também me lembro que apareci das outras vezes você parecia surpreso... - Se virou, ficando ainda de olhos fechados enquanto apoiava as costas ali. - Bem, então, eu deveria parar de vir..? Já que você nunca me espera e tudo mais...

É, estava fazendo um tom e atuando como se estivesse chateada para ver o que acontecia. Mas, sorria no canto dos lábios, realmente se esforçando para manter aquilo.
Sim, estava realmente testando.

Um silêncio ecoou por toda a biblioteca. A falta de resposta deixou Uriel incomoda ao ponto de faze-la se virar, porém não havia ninguém ali. Uruk havia desaparecido.

- U-Uhm...?

Ah caralho, ta de brincadeira. Deu alguns passos, olhando ao redor.

- Sé-Sério, eu tava num prédio abandonado onde houve diversos casos muito ruins lá dentro, brinca com isso não...

Deu um sorrisinho nervoso, olhando ao redor de volta e decidiu procurar atrás das estantes.

- U-Uruk..?

Uriel procurou por toda a livraria, não havia nenhum sinal de Uruk ali.