Parque

A garota olhou para o corpo do homem, um dos malditos que acabaram com sua diversão, empunhou a faca de manheira que ela ficasse com a ponta para baixo e enfiou na testa do rapaz, o buraco era feio, mas ela não se importava, após retirar a faca limpou-a nas roupas do rapaz para guarda-la em seguida e logo desapareceu em meio as sombras rumo a entrada da cidade, ali iria ficar lotado em pouco tempo.

Viaturas da polícia chegaram no local logo depois. Tinham dificuldade de ver o que havia acontecido ali devido a iluminação precária e por isso, faziam uso de lanternas para identificar. Um deles viu o corpo recém jogado no chão e reportou para os outros. (...)

Ele chegou diante do parque, seu corpo extenso era como um chamariz em plena luz diurna.

Seus olhos buscavam sua próxima vítima e ele começou a se locomover.

Haviam cerca de dez crianças se divertindo no playground e jogando amarelinha ao lado dos brinquedos. Nos aparelhos de exercício para idosos, haviam cerca de cinco. Fora esses números, haviam dois casais adolescentes namorando no banco da praça, provavelmente matando aula. O lugar era muito movimentado pela manhã.

Ele se aproximou das crianças
Soltando pequenos urros, graças a sua respiração, chegando próximo a amarelinha.

As crianças, ao verem o "monstrão" se aproximando, correram para suas casas. Elas eram rápidas e estavam em grande número, cada uma ia para um lado. Do outro lado do parque, os adolescentes também saíram, praguejando algo como "eu deveria ter ido para a aula". Os velhinhos não ouviram os urros.

O berserker parou. Seu olhar era vazio, parte graças a sua armadura, então ele se agachou pegando uma pequena pedra e jogando sobre um dos quadrados que determinavam a área de onde sua pegada deveria ir.

E começou a saltar brincando.

Parte das crianças que ainda não haviam corrido a ponto de não ver o parque, recuaram alguns passos para observar o servo. Elas limpavam as lágrimas de medo e se aproximavam, mantendo uma distância segura.

Ele terminou sua rodada na amarelinha, deixando grandes buracos no chão.

Seus olhos se depararam com as crianças... ele deu dois passos para trás como quem deixava o próximo na fila tomar seu lugar para sua vez.

Uma garotinha de tranças se aproximou hesitante, pegando a pedra e jogando até a casa cinco. Ela sorriu ao pular entre os escombros até o número cinco, logo passando a vez para outra criança que se aproximava.
Em pouco tempo, já era a vez do "tio de armadura" de novo.

O monstro de quatro metros de altura, soltou urros em pausas como quem ria. Ele então se agachou e jogou a pedra no número nove, pegou todas as crianças num abraço as colocando em seus ombros e saltou seguindo a brincadeira.

A terra que servia de apoio já afundava até seus joelhos, mas sequer tinha resistência para faze-lhe perder a velocidade que possuía.

As crianças riam nos braços de Berseker e algumas se aventuravam a escalar sua armadura. Os velhinhos riam com a cena a distância.
A menina que havia se juntado ao servo em primeiro lugar o arrastou para o balanço, pedindo que a balançasse. Os pentelhinhos lutavam pela atenção do "tio".

A criatura ria um pouco. E soltava um suspiro.

Balançou a primeira menininha no balanço, enquanto tentava dar o máximo de atenção à todas elas.

Depois de um tempo brincando com todas ele andou em direção aos velhos. Seu olhar era penetrante, esperava que as crianças o seguissem, para então sem tocar em nenhum dos senhores de idades pegasse gravetos que corresponde-se ao número de cada criança, ao mesmo tempo que deslocava uma árvore mais fina do chão e com uma das mãos limpasse todos os demais gravetos.

- Brincar...emos... - Falava em gritos que estremeciam todo o solo e consequentemente tudo o que estava ali - de treinamento de guerra!!!

Ele entrou numa posição ereta e balançou sua "espada" para frente parando à meio metro em diagonal a frente do corpo.

- Repitam.

-HA! - Fez novamente.

As crianças estavam todas se divertindo no balanço e pediam por mais, quando Berseker se afastou. Elas o seguiram fielmente, competindo entre si para descobrir quem era mais rápido.
Os senhores de idade prestaram respeito ao servo por brincar com as crianças e abriram caminho para ele. Quando cada criança recebeu sua "arma", elas começaram a se matar entre si para saber quem lutaria com o tio da armadura primeiro. Por fim, repetiram o movimento do outro desajeitadamente.

Ele continuaria treinando a criança naquela arte até que elas estivessem um pouco mais afiadas
Até que sua próxima ordem seguiu.

- O mestre mandou... - toda a criança conhecia essa brincadeira - a usar cortes horizontais

E ele moveu sua espada em horizontal de um lado ao outro do corpo criando um semicirculo perfeito.
Esperava a repetição delas.

Elas estavam seguindo fielmente os movimentos do tio, em linha na frente dele. Pegaram os gravetos e usaram toda a força - que não tinham - para formar repetir o movimento. Uma das crianças acabou soltando a madeira quando a forçou para frente, acertando a armadura do servo. Ela se encolheu de medo em seu canto e esperou pela reação dele.

Ao sentir o graveto o acertando. O Servo se aproximou da criança responsável abrindo o punho direito e levando em direção ao pequeno.

Sua palma se aproximava velozmente da face daquele garotinho



Subitamente sua força diminui e ele acariciou a cabeça do garoto. - Você nunca deve perder sua arma em combate! - Disse ele devolvendo o graveto às mãos do garoto.

Seu corpo se fez ereto novamente.

- Mestre mandou... seguirem o mestre.

MDT: Petshop

O menino tinha chegado bem perto de molhar as calças com a mão do Berseker se aproximando, mas abriu um grande sorriso ao ouvir suas palavras, enchendo o peito para dizer: "sim, senhor!".

Assim, todas as crianças correram atrás do mestre.

Ele voltou ao parque, depois de um dia longe. E ficou olhando tudo.

Aproximadamente dez crianças estavam quase se matando no trepa-trepa. Apenas um dia normal.
Porém, uma que estava de ponta cabeça reconheceu o "tio de armadura" e logo gritou para as outras. De repente, dez pirralinhos escalavam o servo.
Os idosos em seus equipamentos de ginástica olhavam para ele com sorrisos nos rostos. Os adolescentes se engo-- beijavam no banco como se nada estivesse acontecendo ao redor.

- He he he! - Riu o Berserker - Crianças vocês estão cuidando bem de seus animais?

Perguntou tentando falar o mais baixo possível para que não machucasse os ouvidos dos infantos

— Sim, tio! — responderam a maioria. Uma menina de trança e macacão, por outro lado, olhou para baixo triste, murmurando:
— Minha mãe não me deixou ficar com o gatinho...

Ele se agachou colocando a mão sobre a cabeça da criança.

- Pois bem, minha jovem... te daremos outro gatinho! Todos os dias até sua mãe gostar disso! - Disse o armadurado. - Mas antes temos que treinar.

Ele pausou se levantando e esticando o dedo para cima.

- Um verdadeiro guerreiro encontra a sua arma de combate, procurem aquilo que melhor funcionar para vocês!

As crianças responderam com continências, se dividindo pelo parque. A maioria voltou para frente do servo com gravetos, mas alguns tinham espadas e lanças de brinquedo, além de cavalinhos de borracha.

ele olhou todos. Seus olhos brilharam em felicidade, tão jovens e já tão poderosos.

- Nos dividiremos em duplas. - Esperava as crianças ficarem uma a frente da outra. - Agora um golpe vertical médio.

De repente uma espada gigante se fez em cima de sua cabeça ao juntar as mãos e fazer um movimento propício do Kendo japones.