Restaurant Bon Goût

Por um momento ela se assustou com a reação do Caster.

" Caster, fique quieto. Estamos em um lugar público e ela não é nosso alvo atual. Temos que ajudar o Remy se quisermos merecer que ele nos ajude mais tarde. E se acontecer algo aqui eu posso acabar me tornando alvo. Então, se preza pela minha segurança, comporte-se. "

A garota ficou confusa com ela pedindo tantas sobremesas. Bem, tendo um servo ali ou não, talvez fosse pra ele ? Como ela já tinha mesmo que acabar pelo menos com os servos, ela não deu muita atenção a isso. Vencer a guerra não envolvia destruir a sobremesa alheia.

Ela piscou os olhos com as frases da moça antes de começar a escrever.

" Sério ? Isso é legal. Não sabia que tinham maids cafés por aqui. Já me falaram disso mas não sabia que tinham aqui na França. .. E... Bem... Eu acho que eu lhe daria muito trabalho, minhas roupas estragam toda hora... "

Mesmo naquela tensidão, suas palavras ali escritas eram sinceras e se alguma coisa sua cara podia dizer é que ela era muito bocó pra fazer algo naquele momento. E que pelo menos ela não iria atacar sem motivo.

Quando viu o moço chegando o que estava estampado na sua cara era um " nunca te vi mais gordo na minha vida".

Ela se perguntou quem raios era essa pessoa até lembrar da mensagem.

| Pois não ? |

Estava brincando com uma colher na boca enquanto aguardava seu parfait, até, então, ser surpreendida pela chegada de mais uma pessoa. Virou o rosto devagar para ele, estreitando os olhos conforme o analisava da cabeça aos pés.

Quem era esse?

"Assassin, fique em guarda"

Não podia arriscar. Pensou rapidamente sobre quem ele poderia estar representando e imediatamente lembrou-se de Kirei, e com isso, sua postura ficou ainda mais rígida. Seu olhar, outrora tranquila, ficou claramente tensa, ainda mais por ele se referir as duas daquela forma.

Sorriu de canto, quase de forma cínica.

- Ora, é mesmo? Poderia me dizer como sabe nossos nomes, caro? Ou melhor, poderia se apresentar também, acho que seria de cortesia considerando que nos conhece.

*Mesmo de olhos fechados era como se ele conseguisse observar as duas, a ponto de até mesmo voltar o olhar para as escritas de Neku e acenar com a cabeça a respondendo, deixando meio em aberto o como ele conseguia ler de olhos fechados*

-Você não me conhece mas eu te conheço, isso te lembra algo, senhorita Neku? -Após responde-la, voltou o olhar para Uriel, e logo para a mesa, "vendo" o que estava serviço ali, bem, nada de mais por hora.

-Posso acompanha-las? Ah! Mas é claro! Desculpe, desculpe, onde foram parar meus modos? -Riu de forma breve e se aproximou um pouco mais, pegando a mão da albina e a levando a boca, dando um breve beijo para depois recuar um pouco, tirando o chapéu e o pondo no peito.

-Meu nome é Black Snake, podem me chamar só de Black, vem do ingles, Cobra Negra, e bem, achei que vocês duas já se conheciam ainda mais levado em conta o que me foi passado, hm, hm. -Devolveu o chapéu a cabeça e cruzou os braços acenando positivamente, realmente havia recebido a informação de que Uriel sabia quem era Neku, mas caso estivesse errado, não podia entregar o outro.

-Vocês duas foram contatadas pela minha generosa chefe que no momento está bem ocupada, por isso eu vim, para substitui-la, e bem, vejam só. -Ele então retirou do bolso um molho de chaves deixando uma delas em evidencia.

-Taram, chaves de uma casa! Bem, ela não é minha, na verdade é dela, mas serve não é mesmo? E bem, quero que vocês duas me acompanhem para lá, e não temam, vocês são duas e acreditem em mim, eu não sou um bom lutador, vamos, vamos, devem ter coisas deliciosas para comer por lá, e de graça, e claro, roupas novas para nossa amiga muda desastrada. -Bateu os palmos e os manteve unidos mantendo sua simpatia, esses que devido as luvas soavam com certo abafamento.

-Então, vamos lá? Acreditem em mim, não temos muito tempo a perder.

Mano.
Que vontade de pular em cima desse cara e abrir os olhos dele.

Estava tendo um nervoso só de ver que ele falava daquela forma sem poder o olhar nos olhos. Na moral, porra, não tava conseguindo prestar atenção nas palavras dele por conta desse nervoso.

- Primeiro... Não consigo confiar num cara que fala de olhos fechados; os olhos são o reflexo da alma de uma pessoa, se uma não pode falar diretamente olhando-a nos olhos, não tem como definir se ela é confiável ou não, além de ser uma falta de respeito. - É, podia ver seu servo imitando uma vuvuzela atrás dela conforme dizia aquilo, tinha certeza que ele iria fazer uma coisa retardada dessas. - Segundo, eu tenho planos para depois daqui, espero que possa me dar ideia do quão importante é isso, por que eu odeio quando eu não sigo o que eu quero.

E isso era bem visível pela forma que falava, seu tom e como estava encarando o homem enquanto batia repetidamente na mesa com o dedo indicador direito.

- Aliás, amiga muda desastrada pode até ser, mas ela ainda é uma dama e você deve se referir a ela como senhorita. - Seu sorriso se alargou conforme podia sentir bufar praticamente. - Siehe das pferd dreistigkeit!

Traduzindo do alemão "veja a audácia do cavalo!"

A princípio se impressionou e se interessou pela oportunidade de entender melhor aquela mensagem anônima que tinha recebido. Por outro lado se perguntou se deveria mudar seus planos para isso, embora ainda lembrasse do ensinamento que para um mago, as coisas importantes podiam acontecer e aconteciam em horas inesperadas.

..............

Agora, naquele comentário dele, a garota não sabia se invocava um pilar de pedra no saco do homem ou se lhe jogava uma bola de fogo na cara.... Era só levantar uma placa bem grande de " é tudo efeito especial gente, estamos filmando ".

Ela ficou olhando o cara com os olhos semi cerrados sem saber o que responder, e a temperatura do seu corpo foi aumentando de raiva a ponto de a caneta que estava segurando estourar e sujar a outra luva.

Ela corou um pouco quando a outra mestra a defendeu. De fato, não parecia ser uma pessoa ruim. Ficou um pouco chateada de ter que disputar sua vontade com a dela.

Neku demorou um pouco mas conseguiu dar um jeito de escrever com a caneta estourada sem queimar o bloco de notas junto.

| Olha, eu vou *r com v*cê por *ue tem algo que eu preciso resolver agora, mas se me chamar de algo assim de novo, vai precisar se t*rnar um bo* lutador **ra se livrar dessa. |

Algumas partes ficaram borradas com a tinta, mas dava pra entender.

" Caster, se ele fizer isso de novo, fique quieto, eu mesma chuto a cara dele "

Ou usaria algo mais efetivo que isso. Se deu um pouco ao direito de ameaçar já que o moço se deu ao direito de ser abusado. Ela escreveu mais uma vez.

| Bom, eu não posso sair sem pag*r a conta, Uriel, você pode pedir? Eu te passo a minha parte. |

Ela pegou o dinheiro necessário pra pagar a sua parte da conta.
A moça foi terminando o seu prato rezando pra ninguém além da mesa reparar que o garfo estava começando a entortar com o calor da mão.

*Ele ficou ali prestando atenção, guardando as chaves até então ouvir o comentário de Uriel sobre seus olhos, algo que o fez parecer surpreso e por a mão na nuca coçando de leve*

-Te incomoda? Na verdade você não é a primeira que fala algo assim, na verdade é a segunda, você por acaso é japonesa ou conhece a cultura? -Ele ficou um pouco mais sério, nada demais, o suficiente para se manter dócil mas agora menos forçado do que antes, a ponto de sorrir de forma bem mais sutil.

-Sobre a janela da alma, sobre ser falta de respeito eu não sabia, afinal, e se eu fosse cego ou não tivesse olhos devido a algum cancer? Bem, bem, de qualquer forma, eu enxergo e tenho olhos, e já me perdoe pelo desconforto. -Ele se desculpou antecipadamente e abriu os olhos devagar, expondo aos poucos as orbes amarelas e brilhantes, algo tão nitido que poderia até ser visto no escuro, e as pupilas? Finas como as de uma serpente, e só por causa do contato visual que tinha com as duas, elas podiam sentir certo estresse no corpo, como se algo tivesse causado aquilo, feito os músculos enrijecerem como se não fossem mais opção delas se mover por conta própria.

-Infelizmente eu não tenho controle sobre meus olhos e por isso eles se ativam sozinhos, então mantenho os olhos fechados para evitar que tudo que eu diga a pessoa siga, como... Uriel, você poderia levantar sua mão direita por gentileza? -Como não era nenhuma ação nociva ou de batalha, ou que de fato fosse prejudicar Uriel, ela seguiria o comando simples sem lançamento de dados tanto dela quanto dele, afinal, o risco era nulo e ali não havia confronto.

-Esses olhos são amaldiçoados e eu não consigo controla-los, minha chefe diz que devemos aceitar o que somos e que nada é por acaso, se eu tenho esses olhos e a senhorita Neku é muda, é por que existe alguma vantagem por trás disso, basta querer, mas ainda assim... -Se lembrou de uma coisa ou outra que aconteceu quando menor por causa daqueles olhos, algo que o fazia sorrir com certo... Desanimo.

-Mas enfim... Senhorita Uriel e Neku, eu vim leva-las a residencia de minha chefe, ela que queria falar com as duas, principalmente com a senhorita, Uriel, porém, Ruler retornou e sabe, ela é doida por ela, então eu vim e seu lugar tendo o aviso de que caso você me pedisse algo ao meu alcance, eu deveria cumprir, nada demais, como no caso de abrir os olhos, muito embora eu os odeie, afinal, de certa forma, o destino do mundo está nas mãos de vocês duas, certo? -Manteve agora um sincero bom humor, sacando então seu relogio de bolso e conferindo as horas nele, bem, realmente tinham um pouco mais de tempo a perder, mesmo que não muito.

-Bem, bem, eu não posso dizer mais sobre aqui dentro, as paredes tem ouvidos, muitos ouvidos, mas antes que decidam se é importante ou não vocês saberem o que minha chefe deseja, desculpe senhorita Uriel, mas eu preciso que me responda sinceramente... -Sob efeito dos olhos do homem, Uriel somente deve resistir a um comando simples que a prejudica de alguma maneira, e como não é o caso, novamente sem rolamento de dados.

-Que tipo de alma você consegue enxergar atraves desses olhos amaldiçoados? E senhorita Neku, se acreditar nesse tipo de coisa, poderia me dizer também?

Conforme Neku se levantava e anotava aquilo, viu que chegou seu pedido dos parfaits e suspirou, pegando um dos para viagem e notou que ela escreveu sobre "pagar a parte dela", assim como a colher entortando devido ao calor.

- Honestamente...

Suspirou. Pensou em conversar de maneira mais sútil, levantar toda aquela questão de forma mais tranquila, formar um laço antes daquilo, e foi então que se sentiu sob o efeito daqueles olhos.

A fez lembrar dos olhos vermelhos do loiro, quase instintivamente, assim como seus próprios olhos. Não pôde resistir a dar um sorriso de canto, mordendo o lábio inferior para não rir.

- Os olhos de alguém que certamente viu muito mais e sofreu muito mais do que deveria, os olhos de alguém teve a alma marcada pelas coisas que presenciou e que deseja ajeitar o mundo, mesmo que em parte não sabe dizer se desacredita nele, entretanto, tem a esperança que tenha algo de bom nele. - Suspirou, passando a mão na nuca. - Apesar de inumanos, são olhos de uma alma humana ferida, mas ainda sim, humana.

Fechou os olhos, ponderando suavemente sobre aquilo de paredes terem olhos e ouvidos. Estendeu a mão na direção do ombro do homem, deixando a mana fluir pelo seu corpo enquanto ainda o olhava nos olhos.

"Eu não posso ir. Tem olhos sobre mim igualmente como tem olhos sobre todos nós entretanto, a vigília desses nunca acaba; se quer proteger seu segredo, vá com Neku."

E afastou a mão depois do breve contato psiquico, cruzando os braços e pegou os dois parfaits para viagem, dando uma piscada para Neku enquanto os entregava.

- Aqui, para você e a sua companhia. Infelizmente tenho assuntos verdadeiramente urgentes para resolver.

Olhou de forma séria para Snake.

- Espero que tenha entendido sobre isso...

A garota tremeu um pouco com o efeito daqueles olhos. Era impossível não reagir a isso, e por um momento quis que Uriel não tivesse o feito abrir os olhos.

Honestamente não via muita vantagem no seu silêncio fora o fato de que ela não faria som algum se surpreendida. Não com a voz apenas. Já que ainda podia esbarrar em todos os itens possíveis e causar um efeito dominó catastrófico.

Ela ouviu atentamente a análise de Uriel, intrigada com todos aqueles detalhes.

Ela voltou o olhar para aqueles olhos de cobra.

...

E ela olhou.....

E olhou............
E continuou olhando.......

Ela parou um pouco com a mão da caneta no queixo, pensando. Ela voltou a escrever com uma mancha preta no queixo.

| Eu vejo um bocó sem o menor senso de tato. |

Ela olhou só mais uma vez.

|Que se faz de tonto de propósito pra que os outros não perguntem o que tem medo de mostrar. |

Os olhos de Neku brilharam de felicidade e ela respondeu um muito obrigada com os lábios. Por sorte ela tinha se acalmado, não queria derreter a sobremesa. Ok, Uriel pelo visto sabia que estava com seu servo. Ainda assim, não tinha atacado e de quebra tinha ganhado sorvete e comida. como uma boa pessoa simples que pensa com seu estômago, isso bastava para deixa em paz até momento mais propício.

Ela se levantou também, pronta para acompanhar o homem.

"Caster. Venha comigo e comporte-se. E como eu disse... eu mesma bato nesse sem vergonha se ele se fizer de engraçadinho de novo. "

*Ao notar que elas haviam falado ele ficou ali surpreso, até então sorrir, baixar o chapéu e separar um pouco mais os lábios, bem, pessoas como ele são estereotipamento previsíveis, não é mesmo?*

-Hora, boa observação, vocês duas, eu particularmente gostei e queria ter esse tipo de talento, mas a senhorita Neku tem razão, eu não tenho tato para saber diferenciar, não como ela, de qualquer forma, vamos lá, e enquanto a você senhorita Uriel, espero que consiga cumprir o que quer, e se lembre que bem, ela está olhando por você, e agora tem a mim também, no lugar dela, claro. -Se referia a Yumi e sua peculiar habilidade que a permitia ser quase onipresente naquela cidade, para logo depois se despedir em uma tipica referencia e sair dali, mas antes acabou parecendo lembrar de algo, olhando para trás mantendo os olhos fechados.

-???? -A frase saia sem palavras, bem, Neku poderia entende-las por ler lábios devido ser muda, ou talvez não, seria mais eficaz isso se ela fosse surda, mas de qualquer forma, Uriel estranhamente ouvia, mas ouvia mais perto do que deveria, e a voz estava alterada que falava mais do que aquela boca proferiu.

"-Ordens da Yumi-sama, e não se preocupe, ela não morde, mas se lembre que eu enxergo de olhos fechados por causa dela, e bem, graças a isso eu consigo falar com você sem ninguém perceber, faremos assim então, ok? Se ligue a Darwin, é como se ligar a mim, e sim, ele é invisivel, mas shhh, é nosso segredo por enquanto.-" -Era o jeito, deixar a cobra invisivel no corpo de Uriel era a unica forma discreta de manter contato com ela mesmo de longe, afinal, não era hacker como sua chefe e tão pouco tinha psiquismo ou qualquer outro dote util além desse.

-Vamos lá senhorita Neku, e bem, vocês tem quase as mesmas medidas, espero que goste das roupas!.

MDT> Département du Commerce Visão Geral.

Neku apenas observou enquanto Snake foi falando. Não tinha entendido lhufas do que o homem falava só pelos lábios, provavelmente ela passaria vergonha num festival de mudos e surdos por não saber nem libras nem leitura labial. Mas bem, ainda tinha seu bloquinho e sua desgraça só seria quando encontrasse um analfabeto.

Ela seguiu Snake, mandaria uma mensagem para Remy quando descobrisse mais coisas.

> mdt visão geral

Tocou no seu pescoço quase imediatamente após o que ele disse, ou, não disse né. Presumiu que fosse por conta da cobra no seu pescoço mais especificamente. Pegou o dinheiro que Neku lhe deu da sua parte e pagou no cartão a conta, pedindo para levar os parfaits para viagem também.

"Ruler, certo..?"

Precisava de um lugar para pensar, mas, depois do que houve no cemitério, ainda se sentia desconfortável de ir lá...

Saiu do restaurante carregando todas as suas marmitas e foi até o carro, ligando e começando a ir para seu próximo destino.

-> Université Catholique Saint Fleur de Lis