Visão Geral

Com o coração batendo fortemente, Kristell 'pousou' no asfalto, soltando Scilla apenas quando teve certeza que estava segura. Seu rosto estava visivelmente cansado devido a falta de descanso, por um segundo seu equilíbrio vacilou e ela quase caiu no chão, mas conseguiu se manter em pé, aproveitando para dar tapas fortes no próprio rosto.

- Precisamos achar Rayst rápido.

Estava cansada, mas não voltaria atrás com sua palavra e manteria Scilla a salvo, mesmo que lhe custasse a vida.

- Ao chegar no lugar, demorou um tempo para conseguir recompor um pouco os pensamentos quando sentiu os pés tocando o chão novamente, entretanto, seu pensamento imediatamente tomou um rumo de urgência quando sentiu Kristell vacilando nos seus braços. -

- Kri-Kristell!

- Firmou os braços e procurou ajuda-la a ficar de pé, observando agora o quão cansada ela estava.
Sentiu seu âmago se consumindo em peso de consciência. Estava ali, chorando, tão inutilmente, quando sua protetora claramente estava ruim e ainda se esforçava tanto para protege-las. Não a soltou apesar de terem chegado em solo firme e passou a olhar ao redor.

Em sua mente as cenas que havia presenciado ainda forçavam mais lágrimas para fora, mas, se esforçava ao máximo para afugentar aqueles pensamentos enquanto passava o braço em volta da cintura dela, a abraçando de lado enquanto começava a andar.

Forçou um sorriso. -

- Va-Vamos! Vamos conseguir, Kristell! - A apertou de leve, engolindo seu choro. - Vamos achar o Ra...

- Sentiu um nó se formando na sua gargante de tentar falar o nome do noivo. Queria muito encontra-lo. Lembrou do abraço que recebeu antes dele sair para entrar em combate e seu coração apertou no peito.

Precisava vê-lo.

As lágrimas insistentes voltaram a rolar pelo seu rosto enquanto começava a andar, olhando ao redor procurando pelos cabelos brancos que agora lhe eram queridos. -

- Rayst! - Chamou o quão alto conseguia com seus pulmões, tentando por para fora seus sentimentos. - Rayst!!

- O que está acontecendo, Archer? - Perguntei, já que não era capaz de enxergar tão longe quanto ele.

Kristell crispou os lábios e fechou os olhos por alguns segundos para retomar a postura. Ao conseguir ficar em pé sem ajuda, ela agradeceu a Scilla e redirecionou o olhar para Archer. Um olhar que capturou mais mortes do que deveria e que estava marcado por olheiras profundas.

- Não me diga como agir numa guerra, Arqueiro. Sei muito bem o que fazer.

O rifle pesava em suas costas, mas como ajudava a manter seu equilíbrio ela não deu muita importância. Era um corpo pequeno demais, delicado demais e mesmo assim maculado por uma frágil imagem de um soldado.

- Scilla, Rayst deve chegar logo, vamos sair daqui okay? Posso manter contato com ele, pode ter certeza que está bem

Apesar de ter dito isso, não teve resposta do irmão por um bom tempo e isso começava a lhe incomodar.

- Reconheceu a figura de antes no castelo se aproximando, e logo de fato cessou o seu clamor, teria sorrido se seu coração ainda não estivesse apertado pensando no noivo. Olhou ao redor uma última vez antes da chegada do servo, que foi bem mais rápido do que esperava.

Apertou Kristell de leve, notando que ela não continuava muito bem e abaixou a cabeça com o que o homem disse. Sabia que era uma guerra, mas... -

- Todas essas vidas, se perdendo, e não posso fazer nada... - Fechou os olhos firmemente. - Eu quero...

- Sua voz travou e decidiu parar por ali, antes que chorasse mais. Olhou para a sua até então protetora conforme ela falava e olhou pro lado. Estava com medo por Rayst. Onde ele poderia estar?

Olhou para o homem na sua frente e respirou fundo, tentando se conter para poder falar direito e acenou positivamente com a cabeça, mas olhou para baixo. -

- Obrigada por vir ao nosso encalço, senhor...

Revirando os olhos para seu ataque de diva, Kristell apenas concordou com a cabeça enquanto ele falava. Ela virou o corpo para Scilla e tocou em seu ombro, ela não se sentia capaz de sorrir, mas tentou soar o mais compreensível e gentil que podia.

- Pode ir, eu darei cobertura para os dois lá de cima. Mas não se exponha muito, certo?

Arrumando o rifle em suas costas ela seguiu andando em direção ao Arqueiro com a expressão calma e desinteressada por sua pirraça. Manteve-se em silêncio quando chegou ao seu lado.

- Arregalou os olhos surpresa com o que o homem disse, olhando instintivamente na direção que ele apontou. Sentiu seu coração se enchendo de alegria de saber que ele estava pelo menos bem.

Até mesmo um pequeno sorriso despontou dos seus lábios, mas, logo, sua expressão voltou a ser séria quando se virou e olhou para Kristell, escutando suas palavras. Mesmo assim, acabou sorrindo de leve, sentindo sua determinação voltando. -

- Obrigada, Kristell. Por favor, qualquer coisa me contate!

- Assim que viu que ela estava um pouco mais firme se apressou para ir na direção que Archer havia apontado, indo atrás do seu noivo, procurando se manter perto dos prédios e se manter escondida enquanto se movimentava e o procurava.

Claro que, dessa vez, não iria chamar pelo seu nome. -

- Correu um pouco para encontrar Rayst, e ao vê-lo, imediatamente correu para ele, vendo que havia caído no chão. Pegou-o nos braços, passando a mão na cabeça dele enquanto olhava ao redor. Fazia um tempo que ele não descansava e talvez ainda estivesse fraco de quando foi para o hospital.

No momento, seu pensamento se voltava para apenas uma coisa enquanto se esforçou para passar o braço do noivo por cima dos ombros para levanta-lo e segura-lo pela cintura, o abraçando de lado. Precisava tira-lo dali. -

- Não se preocupe, querido. - Murmurou, mesmo sabendo que ele provavelmente não a escutava. - Vai ficar tudo bem.

- Particularmente, tinha medo de ficar naquela região por muito tempo. Sentia que precisavam sair dali logo, mas, era o único lugar para se movimentar no momento, e, por mais que quisesse levar o noivo para outro lugar, não era capaz de carrega-lo por tanto tempo e tão pouco sabia de um lugar seguro.

Acabou respirando fundo e seguiu em direção do prédio que viu o servo ir junto com Kristell, fazendo o mesmo esforço para continuar sem chamar muita atenção, o que fez seu trajeto demorar um pouco mais do que o planejado, mas, não desanimou em nenhum momento.

Quando chegou no prédio, seguiu para dentro da recepção e olhou ao redor. Não fazia a minima ideia de qual era o andar que eles tinham ido e não queria deixar Rayst tão exposto. Acabou indo para o canto da recepção e deixou o noivo no sofá. Sentou-se logo ao seu lado, acariciando seu rosto, enquanto sorria um pouco. -

- Certo, seguro.

- Encostou-se no sofá e respirou fundo, um pouco aliviada por aqueles breves momentos. Foi um pouco para o lado para que pudesse deitar Rayst e deixar sua cabeça em suas pernas, sorrindo quase infantilmente no meio daquele caos enquanto mexia nos seus cabelos. Fechou os olhos, tranquila por saber que ele estava seguro.

Não conseguia pensar em toda aquela dor ao seu redor naquele momento. Suspirou. -

- Eu esperava que minha vida não fosse ser mais a mesma quando fosse me casar contigo. - Acabou dando um riso baixo. - Mas, isso definitivamente superou todas as minhas expectativas.

- Aqueles momentos entre os dois, por mais que envoltos em caos que tivessem sido lhe eram extremamente preciosos agora... Se inclinou um pouco e o envolveu nos seus braços, puxando-o um pouco mais para deitar a cabeça em seu ombro e o abraçou carinhosamente. -

- Não se preocupe, não vou a lugar algum, Rayst. Prometo.

- Decidiu deixa-lo ali, descansando no seu ombro enquanto cuidava dele, atenta aos arredores. -

Nunca em sua vida Kristell se sentiu daquela forma, Archer tinha a capacidade de lhe irritar apenas por respirar e, sim, isso queria dizer que ela não via a hora de vê-lo morto.

- Claro, claro.

Abanou a mão e pegou uma cadeira, arrastando-a até uma janela. Apertou o rabo de cavalo e apoiou o rifle na janela, olhando para a rua pela mira.

[Dano no dragão 36 / retirando 28 de sua vida max. O dragão recebe sangramento -5 de hp por 6 turnos.]

Rank C - Flecha de Hades [Esta flecha é representada por uma caveira totalmente negra, quando atirada, esta flecha fica invisivel e ela podendo fazer curvas pode acertar onde Archer mirou de inicio, nem mesmo olhos de Deuses conseguem ver esta flecha e para onde é seu destino, apenas Archer. Ou seja, não se rola acerto. Causa sangramento de -5 por 6 postagens]

- Claro, claro.

Com sua atenção focada na mira, ela mordia discretamente os lábios enquanto a testa estava levemente enrugada. A visão dos corpos não a incomodava tanto, por outro lado aquele era seu povo, sua única missão até o momento era protege-los. Ela viu Scilla carregando seu irmão até o prédio com certa dificuldade, embora tivesse conseguido entrar.

- Já volto.

Pendurando novamente o rifle em suas costas, ela pulou pela janela, pousando tranquilamente no chão, graças ao psiquismo. [-10 MP] Ela adentrou o prédio e seguiu até a jovem.

- Scilla, vamos, eu posso carrega-lo lá pra cima, você precisa descansar.

- Estava ainda acariciando os cabelos do Rayst quando viu Kristell chegando. Seu rosto avermelhou completamente, seu coração disparou e olhou assustada para o jeito que tinha deixado os dois. Não esperava por aquilo.

Olhou para ele, extremamente sem jeito. Chegou até a tremer de leve, mas ainda tomava conta para que o noivo não acabasse caindo. -


- K-K-K-Kristell! - Sorriu extremamente nervosa, sem saber para onde olhar. - D-D-De-Desculpa! E-Eu S-S-Sei que ele n-não é me-meu esp-po-pos-s-s-so...

- Seu rosto estava em chamas assim como seu coração estava completamente descompassado. Tinha acabado de falar "esposo"? Estava errado, não é, deveria ter sido marido. Ajudou Kristell a pegar o Rayst, ainda sem conseguir olhar direito para ela. -

- E-Eu te ajudo, vamos lá. - Tentou olhar para ela de volta, sorrindo de leve. - Você está cansada também.

Tive um sonho um tanto quanto louco. Uma guerra pelo Santo Graal numa cidade chamada de "Fuyuki" iniciou-se com a invocação do sétimo servo, Saber - Arthuria Pendragon, que poucos momentos após ser invocada engajou-se numa ferraz batalha contra o servo da classe Lancer, Cú Chullain, que empunhava a lendária lança Gáe Bolg.

Ele atacava Saber incessantemente com sua lança, mas ela era ágil o bastante para aparar todos os seus golpes e contra atacá-lo. No entanto, também não era bem-sucedida em infligir-lhe feridas. A luta tomou um rumo monótono em que via-se somente a silhueta de suas armas movendo-se e chocando-se violentamente uma contra as outras, mas sem resultado algum.

Lancer deu-se por cansado daquilo: havia um golpe que Saber não bloquearia. Ele então recuou com um longo salto para trás e, sem hesitar, avançou na direção de Saber com uma incrível velocidade, freiando-se a alguns metros de distância e posicionando sua lança à frente de seu corpo, performando uma estocada, enquanto rugia: "Gáe... bolg!" E de sua lança, imenso poder foi emitido - ela esticou-se em grande velocidade em direção ao coração de Saber. [...]

Então, tudo simplesmente se desfez. Senti-me suspenso ou apoiado em algo ou alguém, não sabia discernir ao certo até aquele momento. Entreabri meus olhos com certa dificuldade e enxerguei à minha frente uma porta de elevador se abrindo lentamente. — O quê...? — Proferi. Eu estava apoiado em alguém. Ou melhor, em duas pessoas. Eu era capaz de sentir perfeitamente o calor de dois corpos humanos entorno de mim, um de cada lado. Girei minha cabeça sobre o ombro, e então... — Scilla...? — E ali estava minha noiva, sã e salva. Eu fiquei tão feliz em vê-la bem. Instintivamente, um sorriso formou-se em meu rosto e, com esforço, desvencilhei-me da outra pessoa que me segurava e envolvi-a num abraço atrapalhado.

- Estava segurando com bastante cuidado seu noivo, avermelhada ainda pela situação que havia sido pega. Olhou para Kristell e depois para Rayst, vendo que ele parecia desacordado.

Por que sentia aquele clima meio estranho? -

- Errr... Uhm... Como... Conseguiram esse lugar aqui? - Deu um risinho sem graça, tentando puxar conversa com a cunhada.

- Enquanto aguardava a resposta, notou movimentação do Rayst e escutou ele falando bem baixo. Olhou-o, em choque enquanto ele começava a se inclinar na sua direção e o envolveu rapidamente para o apoiar, com medo que ele fosse cair. Seu rosto ficou extremamente vermelho conforme era abraçada, o ajeitando para ficar firme. -

- Ra-Rayst?!

- Olhou para Kristell, ainda um tanto em choque. Olhou ao redor, vendo se estavam sendo observados. Queria gritar ao mesmo tempo que seu corpo tremia de leve pelo nervosismo. Apertou-o de leve e acabou tentando esconder um pouco o rosto no ombro do noivo.

Mas, naquele momento, um sorriso despontou dos seus lábios. -

- Também to feliz em te ver. - Murmurou para ele, suspirando aliviada.

Seus olhos se arregalaram ao ver a reação de sua futura cunhada, sempre achou intrigante o sentimento que ela tinha por ele, afinal nunca havia amado alguém romanticamente falando, então suas reações sempre eram interessantes. Com um sorriso espontâneo ela ajudou a segurar o irmão enquanto olhava pra frente, sem conseguir esconder o sorriso.

Mas ver seu irmão acordando ela foi pega de surpresa, se afastando um pouco logo depois e dando um pequeno sorriso para Scilla. Esperando que ela terminasse, Kristell esticou o braço e apertou o botão do elevador.

Desvencilhei meus braços de Scilla, e ainda com um sorriso no rosto, levei meus lábios à sua testa e deixei ali um sútil beijo. — Eu estava tão preocupado com você. — Suspirei, lembrando-me dos últimos momentos antes de cair desacordado; o dragão planando sobre os céus, os gritos de desespero e chamas e fumaça que consumiam todo o horizonte. Voltei-me então para Kristell, agora com uma expressão mais séria em minha face e a abracei afetuosamente. — Eu ordenei que Saber perseguisse aquela Besta e que buscasse por você, sem envolver-se em batalha... — Afastei-me lentamente, adentrando o elevador que havia enfim chegado enquanto continuava a lhe dizer — ... Mas minha ordem foi como nada. Ele entrou em fúria contra Rider e seu Dragão, declarando seus atos como inaceitáveis e jurou matá-lo. — Concluí.

Como não era acostumada com abraços, mesmo que Berserker a estivesse acostumando com isso, ela deixou os braços rentes ao corpo sem afasta-lo. Ela desviou o olhar para baixo e arrumou o rifle em suas costas enquanto impedia o elevador de fechar com uma mão para que Scilla pudesse entrar.

- Bem, Berserker está com ele, então acho que vão ficar bem. Eu estou indo até lá para dar apoio a eles.

- Sentiu o rosto esquentando com o beijo na testa e olhou para baixo, extremamente sem jeito, mas, um sorriso extremamente bobo enfeitava seus lábios. Ouvir aquelas palavras significavam realmente muito para ela.

Notou que Kristell segurou o elevador e se apressou para entrar, dando um risinho baixo ao ver Rayst abraçando a irmã. Lembrou-se de ter visto Saber quando fugiram do castelo e suspirou. Fechou os olhos, agora, as cenas voltavam em sua mente. Se abraçou e se encostou na parede do elevador, seu sorriso tinha sumido.

Os gritos, a dor, o cheiro de queimado... Cobriu a boca com a mão.

Não conseguiria salvar ninguém... Olhou para Kristell e seu olhar imediatamente ficou atordoado. Imaginar ela de volta lá, ficou com medo. -

- Kristell! Por favor... Eu... Não quero que morra... - Seus olhos ficaram imediatamente marejados, aquela dor era verdadeiramente palpável. - Não quero perder ninguém.

- Apertou o punho e se abraçou em seguida, olhando para o lado hesitante. -

- Desculpe, eu... Sei que não tenho posição para falar nada sobre isso, mas... - Olhou para Rayst em seguida, sentindo as lágrimas começando a escorrer pela sua face. - Eu realmente não quero perder ninguém.

— Eu também não... — Apoiei-me na parede do elevador, suspirando profundamente enquanto tentava absorver o fato de que minha noiva desmanchava-se em lágrimas à minha frente e não havia nada que eu pudesse fazer. Cerrei meus punhos com extrema força, seguidamente, afrouxei-os, trêmulo. Senti meus olhos umidecerem-se e, a partir deles, lágrimas escorrerem e percorrerem toda a extensão de minha face incessantemente. Minha respiração intensificava-se cada vez mais.

— Eu também não! Foi por isso que passei anos treinando pra essa droga de guerra! — Rugi, e em seguida comecei a chorar descontroladamente, voltando-me para Kristell enquanto tinha meu rosto coberto por lágrimas. — Espero estar vivo ao fim de tudo isso para compensar-lhe todo o tempo que não pudemos passar juntos. — Um sorriso ligeiramente artificial formou-se em minha face. As lágrimas continuavam a escorrer, embora em menor intensidade.

— Que eu possa conhecer meus sobrinhos e você os seus, e... — Não fui capaz de continuar falando. As lágrimas haviam cessado, mas a dor em meu peito florescia cada vez mais. Meu corpo guiou-se involuntariamente até Scilla, envolvendo-a num abraço carinhoso e apertado.

Não podia acreditar, a cena a sua frente era simplesmente estranha demais para isso. Talvez não estranha, no minimo desconfortável. Já era complicado lidar com Scilla chorando, e agra seu irmão se encontrava no mesmo estado. Se o abraço já a havia confundido, aquilo superava. Por alguns longos segundos ela ficou encarando a cena de boca aberta, não sabia como reagir de outra forma. Mas depois ela engasgou uma risada que virou uma gargalhada. Passando as mãos pelos fios soltos do rabo de cavalo, ela tentava recuperar o folego.

- Sinto muito, não quis soar insensível nem nada. Mas Scilla, já viu meu irmão chorar alguma vez? Pois eu não!

Finalmente entrando no elevador e limpando as lagrimas no canto dos olhos, ela aos poucos foi retomando o ar, mesmo que o sorriso não sumisse de seu rosto. A primeira vez que tinha rido assim foi na frente de Egbert, recente demais.

- Não há jeito algum de perdermos. Eu confio na minha serva e em minhas habilidades assim como no meu irmão. E quanto a você Scilla? Eu sinceramente não quero de forma alguma perder o casamento de vocês.

- Ficou literalmente abismada ao ver Rayst chorando daquela forma, parando até mesmo seus próprios soluços enquanto o observava, em choque diante daquilo. Apertou as mãos contra seu peito e se encolheu. Estava ali, tão imersa em seus próprios sentimentos dolorosos...

Se sentiu mal por não estar mais presente ao lado do seu noivo, de não o escutar. Acabou o abraçando de volta e o apertou naquele mesmo abraço silencioso. Queria pedir desculpas, mas sua garganta ainda estava muito apertada para conseguir falar algo.

Aquela risada começou a ecoar e recuou o rosto, em choque ao reconhecer a voz, olhando para a cunhada em completo choque. Passou a mão no rosto e depois olhou para Rayst, levando a mão para o rosto dele enquanto limpava-o um pouco, sorrindo de leve enquanto processava sua pergunta. De fato, não o havia visto chorar, apesar que ainda se conheciam de maneira tão recente.

Mas, achava que era bom aquelas lágrimas, mostrava que ele era humano.

O abraçou carinhosamente em seguida, querendo encostar a cabeça em seu peito conforme deixava exibir seus sentimentos abertamente depois daquele momento. De alguma forma, apesar de ainda atordoada pela risada da Kristell, se sentia um pouco reconfortada. -

- "Meus sobrinhos e seus..." - Repetiu o que Rayst disse, suspirando e aliviando um pouco o abraço, descendo as mãos para as dele e as apertou de leve. - Vamos ficar vivos. Vamos ficar juntos.

Me sentei em um sofá. Comecei a pensar no quão inútil eu estou nessa guerra.