Sede dos Sacropugno

Ao se lembrar do servo, ela torceu o nariz. Provavelmente Caster estava furioso, embora ela não entendesse o motivo vindo logo dele. Mesmo que Miyamoto não falasse aquilo ela já estava decidida a procurar, afinal ele não havia voltado.

-Certo, Certo. Eu vou chama-lo.

Retirando uma blusa que usava e jogando-a dentro do armário, ela procurou se concentrar na mensagem que enviaria. Não queria soar autoritária e irrita-lo, mas ser manhosa demais não era seu forte. Apos vestir uma calça jeans e uma blusa preta de manga comprida, ela fechou os olhos e suspiro. "Caster, eu preciso que venha até mim, o mais rápido possível." Sua vontade era de acrescentar um 'Onde diabos você está?', mas ela achou melhor não irrita-lo mais.

-Por hora vamos discutir sobre o inimigo em si. Assim não terá problemas, terá?

Havia terminado sua garrafa de bebida, jogou-a em um canto qualquer do local, estava irritado de voltar ali, sua mestra não podia deixá-lo quieto bebendo? Porque ela não ia foder de novo e o deixava em paz? Isso tudo era irritante. Começou a andar dentro daquele lugar indo em direção ao quarto da garota, sua boca estava seca, talvez uma bebida seria uma boa, olhou para sua mão e materializou uma garrafa de whisky, abriu-a e tomou um grande gole.

- Isso será um saco, esses bastardos...

Tomou um longo gole daquela bebida deixando-a na metade da garrafa, entrou no quarto e fechou a porta atrás se si, encostou-se nela e fechou seus olhos, a raiva ia crescendo dentro de si aos poucos, a vontade de ver o sangue de alguém.

- Você não fale comigo e nem dirija uma única frase a mim. - Aponto o dedo para Miyamoto, abri meus olhos e passo a olhar Izabella.- O que quer agora? Precisa de algo senhorita Izabella? - Minha voz saí com um tom sarcastico e exibia um pouco de raiva, tomou mais um gole da bebida.

-Você o quê?!

Mesmo tendo prestado atenção em tudo o que Miyamoto tinha dito, Izabella não deixou de focar na parte em que ele disse ter dobrado suas roupas. Ela estava prestes a abrir o armário e olhar com mais atenção quando ouviu o servo entrar no quarto. Arqueando uma sobrancelha em desaprovação pelo comportamento dele, ela balançou a cabeça em negação e estendeu a mão em sua direção.

-Você estava bebendo? Alguém poderia te atacar, sabia? Vamos, preciso que crie uma barreira para que ninguém consiga nos espionar. E logo depois vá tomar um banho.

Olho ela e solto uma risada, estralo o dedo e o local se transforma[ TC nao sei quanta mana] o local vai ficando tudo escuro até as trevas tomarem totalmente o local, apenas algumas chamas iluminavam o lugar.

- Sim, eu bebi e não irei tomar banho, vocês que precisam, andem, continuem a conversa. - Tomo outro gole.

-Então no caso dele, nós teríamos que descobrir, pois duvido muito que o Graal iria fornecer um servo imune a dano físico e místico, seria algo exagerado demais.

Bufando ao reparar o clima entre os dois, ela foi se sentar na cama ao lado de Miyamoto, mantendo o olhar nos próprios pés. Ela tentou retornar para aquele dia, mesmo que a unica coisa que insistia em se lembrar era da frustração de ter perdido para um possível mago de gelo.

-Sua mestra podia controlar a terra, e ela parecia ser bem forte. Quanto ao servo...

Ela se lembrava de ter deixado o Berserker para os dois cuidarem, então realmente não focou muito no servo. Mas alguma coisa que Miyamoto disse lhe deixou intrigada.

-Tem certeza que ele neutralizou ou dano? Ou talvez você simplesmente não viu o ferimento em si? Caster você podia vê-lo de um ângulo diferente, notou alguma coisa de estranho?

Seu olhar ergueu para o servo, que mantinha de forma teimosa a garrafa em suas mãos.

- Bem... Fora que ele parecia bem forte e quase deu uma surra nesse ai... Não muita coisa, apenas um servo normal com alguma habilidade especial. - Tomou um gole de sua bebida.- Acredito que ele deva ter alguma arma escondida ou algum fantasma nobre muito forte... Se pudermos evitar confronto com ele até eliminarmos o ser que estava controlando aquela neve, teremos chance de sairmos vitoriosos.

Conforme Miyamoto falava, Izabella afundava a mão no rosto e fechava os olhos lentamente. Era tanta provocação que tinha uma tensão sexual palpável no ar.

-Vai lá, planta a discórdia e deixa o caos pra quem colher? Euzinha!

Olhando para o servo com uma expressão culpada, ela juntou as duas mãos e levou em frente ao rosto. Tal gesto poderia ser confundido com uma pessoa rezando, algo que ela não fazia a anos, no entanto se sentia tentada a apelar para tal saída.

-Antes de mais nada, se acalme. Eu realmente preciso que me escute, okay? Miyamoto não nos fará mal algum, eu confio nele. Pode confiar em mim, só dessa vez?

Seu rosto automaticamente mudou para uma expressão tristonha e apelativa. Ela precisava evitar uma briga entre os dois a qualquer custo, precisariam trabalhar juntos para vencer o Berserker.

Levanto a mão apenas um pouco estalando o dedo, impedindo qualquer um de entrar ou sair do território criado[Vale para Miyamoto].

- Diga-me, tenho outra alternativa a não ser a de te obedecer? Creio que não. - Soltou um sorriso sarcastico para a garota.- Você confia nele, eu não e muito menos confiarei. Quando você for morta por ele, nos encontraremos em um certo lugar, onde a ordem será invertida e eu não serei mais o servo. - Abaixa o rosto.- Eu tentei me segurar, tentei ser legal pelo menos com você Dominae meae... Mas ao que parece não deu muito certo. Porém, o que me consola é que independente do que aconteça, tua alma será minha.- Sorrio para a garota.

Tomo um gole e me sento no chão, passo a encará-la.

- Se gostaria de ter minha confiança, deveria se conversar mais comigo do que apenas me deixar jogado as traças.

Revirando os olhos e largando os braços no meio das pernas, Izabella ouviu atentamente o servo sem demonstrar deboche. Sua expressão mantinha-se séria, mesmo que sua vontade fosse de partir para arrogância.

-Eu não ligo para o que vai acontecer com a minha alma. E sinceramente muito menos se você confia no Miyamoto. Eu confio nele. Isso basta. Pode mandar em qualquer lugar que for, mas aqui quem manda sou eu.

Farta das crises de rebeldia do servo, ela procurou frisar a última palavra para tentar colocar isso de uma vez por todas.

-Assumo que errei em não me comunicar mais com você, estou tentando reparar meu erro. Mas não vou concordar em deixar Miyamoto. Não ligo se ele me matar, não se for ele.

Sua postura demonstrava a convicção que tinha. Normalmente ela não seria tão sentimental ou sincera, mas queria dizer tudo para seu servo e mostrar que confiava nele. Ouvir a voz do rapaz do outro lado fez com que ela se levantasse da cama.

-Deixe-o entrar.

Levantei-me e caminhei até a garota, ficando a apenas alguns centimetros dela.

- Ainda não o deixarei entrar. - Ponho minha mão em seu ombro direito e a puxo para um abraço.- Já lhe disse que fica bastante fofa assim? Toda decidida e nervosa, tentando ser mandona. - Sorrio para a garota e abaixo-me, ficando perto de seu ouvido e sussurro.- Talvez perca seu servo, mas isso não será de muita importância certo?! - Solta a garota e caminha até o guarda roupas, pegando uma coberta e indo para o canto que tinha dormido antes, deita no chão e se cobre com a coberta, virando de costas para a garota.

- Irei dormir se não se importa, acorde-me se for algo urgente. - Estala o dedo, liberando a passagem para Miyamoto.

-Miya!

Ela entrou na frente do servo e abriu os braços, a última vez que o tinha visto com aquela expressão, ele quase fez um galpão virar pó. Seu rosto ainda estava ardendo e rubro pelo que Caster havia lhe falado, mas ela ainda tentava se concentrar nos dois.

-Miya se acalme. Caster, nós teremos uma conversa em particular, como tanto deseja. Mas agora precisamos montar uma estratégia decente.

Ela se mantinha no caminho entre os dois e dali não sairia até que um dos dois, de preferência o que estava bufando como um dragão, se acalmasse.

- Como sempre, façam vocês os planos.

Apenas voltou a virar-se para onde estava antes, fechando seus olhos e tentando dormir.

Izabella podia sentir que a sua cabeça estava prestes a explodir. Soube que não seria fácil invocar e controlar o servo que haviam lhe indicado, mas era um peso que ela estava disposta a carregar, porque queria vencer. Desde que o invocou, ela foi envolvida em diversos problemas e nem mesmo teve a chance de analisar a situação. Ela não atacou, só se defendeu.

-Escute aqui vocês dois! Estou farta disso, okay? Se quiserem se comer, por mim tudo bem, mas nada de ficar me metendo no meio! Caster, sei que estar nessas condições é complicado para você, mas pare de querer atacar um aliado a toda hora. Miyamoto, você precisa controlar esse temperamento, quer começar outra luta? Eu não. Juro que vou ficar sentada na cama comendo pipoca enquanto vocês se matam. Caster eu gostaria de guardar meus selos de comando para quando estivermos em uma batalha, mas se continuar com pirraça eu vou usa-lo para uma coisa que com certeza não vai te agradar!

Ao terminar de falar, seu peito subia e descia com a respiração irregular. Ela nunca havia gritado daquela forma, não que se se lembrasse. Sua cabeça latejava enquanto ela massageava a testa, procurando pensar com mais clareza.

-Sério, vocês estão me irritando. Estou de saco cheio já.

Uma veia pareceu estourar em sua testa ao perceber que o servo dormia sem ao menos lhe dar uma resposta. Respirando fundo e voltando sua atenção para Miyamoto, ela optou por resolver aquilo mais tarde.

-Exatamente, esse é meu grande trunfo com o Caster. Mas primeiro precisamos de um plano. Ahn... Que diabos é isso?

Ela apontou para a caixa que ele segurava e que por sinal ela nem mesmo tinha reparado devido a confusão.

Por alguns breves segundos, seu pensamento se perdeu e seu olhar ficou fixado no conteúdo da caixa. Seu sonho sempre foi ser uma maga, mas devido ao estado físico da irmã ela tinha abandonado tudo para poder ficar mais perto dela. Agora ela tinha seu sonho realizado, mas sua irmã sequer estava viva para vê-la. Engolindo com amargura, ela assentiu com a cabeça e desviou o olhar de seu passado sendo esfregado em seu rosto.

-Não preciso disso. Como você mesmo disse, eu sequer consigo usa-las agora. Por tanto, são suas.

Ela tentou ao máximo esconder o desconforto que sentia ao ter um pedaço tão grande de seu antigo eu bem a sua frente. Mais um lembrete de seu dever.

-É, uso sim. Posso não ser a mulher mais feminina do mundo, mas tenho maquiagem, obrigada por perguntar.

Tão logo que terminou de falar, se arrependeu. Era uma simples pergunta e mesmo assim sua arrogância voltou no nível máximo, talvez porque já estivesse farta de ter seu passado desenterrado tão rapidamente, era um soco depois de outro.

-Digo, eu devo ter alguma coisa que te ajude. E você poderia fingir que é apenas... Como falar isso. É normal mestres terem um companheiro para servir como fonte de mana ou para repassar seus selos. Se bem que, com o show que você fez, seria mais fácil eu estar nessa posição. Coisa que não vai rolar.